Resumo: Este comentário enfoca o status científico da projeção perceptiva - uma característica central da teoria da consciência de Pereira. Em seu artigo alvo, ele recorre ao meu trabalho anterior para desenvolver uma estrutura explicativa para integrar a experiência consciente visível em primeira pessoa com os correlatos neurais visíveis de terceira pessoa e as causas antecedentes que formam a experiência consciente em uma estrutura bipolar que contém tanto um sentido de eu (criado por processos projetivos interoceptivos) e um sentido do mundo (criado por processos projetivos exteroceptivos). Enfatizo que a projeção perceptiva é um efeito psicológico (e não uma explicação para esse efeito) e relaciono modalidades de seu estudo na psicologia experimental, por exemplo em estudos de percepção de profundidade em visão e audição, experiências de profundidade em superfícies bidimensionais em imagens estereoscópicas, cinemas 3D, hologramas e realidades virtuais. Eu então justaponho o modelo explicativo de Pereira com dois outros modelos que têm objetivos e suposições similares, mas orientações diferentes, o modelo do sistema retinóide de Trehub, que se concentra principalmente no funcionamento neural do sistema visual, e o modelo de consciência projetiva de Rudrauf et al., que estabelece raciocínios geométricos para especificar os requisitos de organismos que precisam navegar em um mundo tridimensional, e como eles podem ser implementados no processamento de informação no contexto humano. Juntos, esses modelos ilustram abordagens convergentes e divergentes para compreender o papel dos processos projetivos na consciência humana.
Abstract: This commentary focuses on the scientific status of perceptual projection-a central feature of Pereira’s projective theory of consciousness. In his target article, he draws on my own earlier work to develop an explanatory framework for integrating first-person viewable conscious experience with the third-person viewable neural correlates and antecedent causes that form conscious experience into a bipolar structure that contains both a sense of self (created by interoceptive projective processes) and a sense of the world (created by exteroceptive projective processes). I stress that perceptual projection is a psychological effect (not an explanation for that effect) and list many of the ways it has been studied within experimental psychology, for example in studies of depth perception in vision and audition and experiences of depth arising from cues arranged on two-dimensional surfaces in stereoscopic pictures, 3D cinemas, holograms, and virtual realities. I then juxtapose Pereira’s explanatory model with two other models that have similar aims and background assumptions but different orientations, Trehub’s Retinoid model, which focuses largely on the neural functioning of the visual system, and Rudrauf et al’s Projective Consciousness Model, which draws largely on projective geometries to specify the requirements of organisms that need to navigate a three-dimensional world, and how these might be implemented in human information processing. Together, these models illustrate both converging and diverging approaches to understanding the role of projective processes in human consciousness.