RESUMO Objetivos: O objetivo deste estudo é comparar as curvas de aprendizagem dos especialistas em dois campos diferentes sem experiência prévia de dacriocistorrinostomia endonasal endoscópica e revelar as complicações com as taxas de sucesso cirúrgico. Métodos: Foram investigados retrospectivamente 90 pacientes que receberam dacriocistorrinostomia endonasal endoscópica consecutiva com preservação da mucosa realizada por um oftalmologista (Grupo 1, n=45) e realizada por um otorrinolaringologista (Grupo 2, n=45) entre outubro de 2017 e outubro de 2019. Foram incluídos no estudo pacientes admitidos com epífora e diagnosticados com obstrução primária do ducto nasolacrimal adquirido como resultado do teste de irrigação lacrimal, com idade superior a 18 anos e com, pelo menos, 6 meses de acompanhamento. Em todos os casos, patologias adicionais, como o desvio do septo, foram avaliadas por meio da realização de imagens maxilofaciais. Os prontuários dos pacientes foram avaliados quanto à duração da cirurgia, complicações e desempenho funcional. Resultados: A média de duração cirúrgica dos pacientes no Grupo-2 foi de 36,27 ± 11,61 minutos, enquanto no Grupo-1 foi de 43,62 ± 16,89 minutos, sendo a diferença estatisticamente significativa (p=0,018). O desempenho funcional no Grupo 1 foi de 84,4% (73,3% nos primeiros 15 casos, 93,3% nos últimos 15 casos) no Grupo 2, essa taxa foi de 88,9% (80% nos primeiros 15 casos, 93,3% nos últimos 15 casos) e a diferença não foi estatisticamente significativa (p=0,53). A intervenção do septo além da cirurgia endoscópica em ambos os grupos (p=0,03, p=0,005, respectivamente) e sangramento intenso durante a cirurgia (para ambos os grupos, p<0,0001) diminuiu significativamente o sucesso funcional. Conclusão: A dacriocistorrinostomia endonasal endoscópica, realizada após o treinamento necessário, pode ser realizada com alto sucesso e com baixas taxas de complicações por oftalmologistas que não estão familiarizados com a cirurgia endoscópica após adquirirem experiência com trinta casos.
ABSTRACT Purpose: To compare the learning curves of the specialists in two different fields without previous endoscopic endonasal dacryocystorhinostomy experience as well as to reveal the related complications with surgical success rates. Methods: We retrospectively investigated 90 patients who received consecutive endoscopic endonasal dacryocystorhinostomy with mucosa preservation by an ophthalmologist (Group 1, n=45) and an otorhinolaryngologist (Group 2, n=45) between October 2017 and October 2019. Patients who were admitted with epiphora complaints and diagnosed with primary acquired nasolacrimal duct obstruction through lacrimal irrigation test and aged >18 years with at least 6 months of follow-up were included in the study. In all cases, additional pathologies such as septum deviation were evaluated by performing maxillofacial imaging. Patients' medical records were evaluated in terms of surgery duration, complications, and functional achievements. Results: The mean surgical duration of the patients in Group-2 was 36.27 ± 11.61 min, while it was 43.62 ± 16.89 min in Group-1; the difference was statistically significant (p=0.018). Functional achievements in Group 1 was 84.4% (73.3% in the first set of 15 cases, 93.3% in the last set of 15 cases) in Group 2; this rate was 88.9% (80% in the first set of 15 cases, 93.3% in the last set of 15 cases), and the difference was not statistically significant (p=0.53). Septum intervention in addition to endoscopic surgery in both the groups (p=0.03, p=0.005, respectively) and intense bleeding during surgery (for both the groups, p<0.0001) significantly decreased the functional success. Conclusion: Endoscopic endonasal dacryocystorhinostomy, performed after the necessary training, can provide high success and low complication rates when even conducted by ophthalmologists who are unfamiliar with endoscopic surgery after an experience of 30 cases.