RESUMO O presente artigo realiza uma análise histórica dos intercâmbios intelectuais, culturais e políticos entre bibliógrafos brasileiros e norte-americanos através do processo de produção da Afro-Braziliana, bibliografia sobre o negro no Brasil compilada pela bibliotecária afro-americana Dorothy Porter entre 1943 e 1978, ano de sua publicação. Por meio de uma história sociocultural da prática bibliográfica, examinamos a formação da obra relativamente aos tensionamentos teóricos, às lutas narrativas, aos dissensos interpretativos e às leituras contrastantes que o trabalho de Porter provocou, tanto em sua constituição quanto em sua recepção. A hipótese principal é a de que as problemáticas engendradas pela Afro-Braziliana reposicionaram politicamente diferentes entendimentos e disputas narrativas de padrões de categorização social dos sistemas raciais atribuídos ao Brasil e aos Estados Unidos.
ABSTRACT This article presents a historical analysis of the intellectual, cultural, and political exchanges between Brazilian and American bibliographers through the process of creating the Afro-Braziliana, a bibliography about Black people in Brazil compiled by the African-American librarian Dorothy Porter between 1943 and 1978. Through a socio-cultural history of the bibliographical practice, we examine Porter’s bibliography in relation to the theoretical tensions, narrative struggles, interpretive disagreements, and the contrasting readings that it motivated, both in its formation and in its reception. Our main hypothesis is that the problematics raised by the Afro-Braziliana have politically repositioned different understandings and narrative disputes of social categorization patterns of the racial systems attributed to Brazil and the United States.
RESUMEN El presente artículo realiza un análisis histórico de los intercambios intelectuales, culturales y políticos entre biógrafos brasileños y norteamericanos a través del proceso de producción de la Afro-Braziliana, biografía sobre el negro en Brasil compilada por la bibliotecaria afroamericana Dorothy Porter entre 1943 y 1978, año de su publicación. Por medio de una historia sociocultural de la práctica biográfica, examinamos la formación de la obra en relación a las tensiones teóricas, las luchas narrativas, los desentendimientos interpretativos y las lecturas contrastantes que el trabajo de Porter provocó, tanto en su constitución como en su receptividad. La hipótesis principal es la de que las problemáticas engendradas por la Afro-Braziliana reposicionaron políticamente diferentes entendimientos y disputas narrativas de patrones de categorización social de los sistemas raciales atribuidos a Brasil y a los Estados Unidos.