O autor deste texto abordou anteriormente em várias ocasiões a questão do confronto entre o pensamento de Heidegger e o de Lukacs. Ele partiu da ideia de que existem temas em comum entre os dois pensadores, como, por exemplo, aquele da alienação e o da reificação, sobre os quais publicou dois artigos. Este texto persegue objetivos mais ambiciosos, pois se propõe a retornar aos fundamentos ontológicos das duas filosofias e confrontar Heidegger e Lukacs a partir de sua oposição sobre várias questões filosóficas cruciais: a autonomia ontológica do mundo exterior, a definição do conceito de "mundo", a "subjetividade do sujeito", e a humanitas do Homo humanus, a crítica lukacsiana do conceito heideggeriano de Geworfenheit, a problemática da finitude e do infinito, etc. A tese central do artigo é a ocultação por Heidegger do trabalho como "fenômeno originário" da existência humana e sua substituição por uma categoria afetiva: a "preocupação" (die Sorge), enquanto Lukacs construiu sua ontologia do ser social seguindo Hegel e Marx na ideia do trabalho como centro da existência humana. A parte final do texto aponta diversos temas do pensamento de Heidegger (como a crítica do pensamento tranquilizador) que prefiguram a adesão do filósofo à extrema direita da época, o que confirma a tese de Lukacs formulada em seu livro A destruição da Razão sobre o caráter "pré-fascista" de algumas orientações da filosofia heidegeriana na época posterior a seu famoso Ser e tempo.
L'auteur de ce texte a abordé auparavant à plusieurs reprises le sujet d'une confrontation entre les pensées de Heidegger et de Lukacs. Il est parti de l'idée qu'ils existent des motifs communs entre les deux pensées, par exemple le thème de l'aliénation et celui de la réification, et il a publié deux articles dans ce sens. Le texte publié ici poursuit un objectif plus ambitieux, car il se propose de remonter aux fondements ontologiques des deux pensées et confronter Heidegger et Lukacs à partir de leur opposition sur pluseurs questions philosophiques cruciales : l'autonomie ontologique du monde extérieur, la définition du concept de "monde", la "subjectivité du sujet" et la humanitas de l'homo humanus, la critique lukacsienne du concept heideggérien d'"être-jeté..." (Geworfenheit),la problématique de la finitude et de l'infini,etc. La thèse centrale de l'article est l'occultation par Heidegger du travail comme "phénomène originaire" de l'existence humaine et sa substitution par une catégorie affective: le "Souci" (die Sorge), tandis que Lukacs a construit son ontologie de l'être social, en suivant Hegel et Marx, sur l'idée du travail comme pivot de l'existence humaine. La partie finale du texte désigne plusieurs motifs de la pensée heideggérienne (la critique de la pensée sécurisante, par ex.) qui préfigurent l'adhésion du philosophe à l'extrême droite de l'époque, ce qui confirme la thèse de Lukacs formulée dans son livre La Destruction de la Raison sur le caractère "pré-fasciste" de certaines orientations de la philosophie heideggérienne à l'époque qui asuccédé à son livre fameux Être et Temps.