Ácaros da família Phytoseiidae são os inimigos naturais de ácaros-praga mais importantes e estudados. Uma questão freqüentemente levantada é se os fitoseídeos podem reduzir altas densidades de ácaros fitófagos a baixos níveis. Os estudos da resposta funcional e numérica podem contribuir para responder essa pergunta. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de predação de Iphiseiodes zuluagai Denmark e Muma e Euseius alatus DeLeon (Acari: Phytoseiidae) como agentes de controle biológico do ácaro fitófago Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae), vetor do vírus da leprose-dos-citros e da mancha-anular do cafeeiro. Bioensaios foram realizados em laboratório. Fêmeas adultas de cada predador foram individualizadas em arenas de folha de citros com 3 cm de diâmetro. Fases imaturas de B. phoenicis foram oferecidas, como presas, nas seguintes quantidades/arena: 1, 2, 5, 10, 20, 30 e 35 (com sete repetições), 45 (quatro repetições), 55 (três repetições) e 70, 100, 125, 200 e 300 (duas repetições). O número de presas mortas e de ovos colocados pelo predador foram avaliados a cada 24h, durante oito dias. As presas mortas foram diariamente substituídas por novas presas. Para ambos os ácaros predadores foi constatada uma correlação positiva e altamente significativa entre o número de presas oferecidas e mortas. A oviposição média diária também aumentou em função do número de presas mortas. Nas densidades mais baixas, E. alatus matou mais B. phoenicis do que I. zuluagai, e o contrário foi observado nas densidades mais altas. É possível que E. alatus possa reduzir a população de B. phoenicis mesmo em baixas densidades do ácaro fitófago, e que I. zuluagai possa fazer o mesmo nas mais altas. O fato de E. alatus necessitar de menos presas que I. zuluagai sugere que sua sobrevivência possa ser maior do que a de I. zuluagai sob baixa densidade de presa.
Phytoseiidae mites are the most important and studied natural enemies of pest mites. A question frequently raised is whether phytoseiid may reduce high densities of phytophagous mites. Studies of functional and numerical responses may help to answer this question. The aim of this work was to evaluate the potential predation success of Iphiseiodes zuluagai Denmark and Muma and Euseius alatus DeLeon (Acari: Phytoseiidae) on Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae), vector of the citrus leprosis and the coffee ringspot viruses. Bioassays were performed in the laboratory. Adult females of each predator were isolated in arenas made with citrus leaves (3-cm diameter). Immature stages of B. phoenicis were offered as prey, at the following numbers/arena: 1, 2, 5, 10, 20, 30 and 35 (seven replicates), 45 (four replicates), 55 (three replicates) and 70, 100, 125, 200 and 300 (two replicates). The number of killed prey and of eggs laid by the predators was evaluated every 24h, during eight days. Killed prey was replaced daily by new prey. For both predatory mites, a positive and highly significant correlation was found between the numbers of prey offered and killed. The average daily oviposition rate also increased with the number of killed prey. At the lower densities, E. alatus killed and ate more B. phoenicis than I. zuluagai. The opposite was observed at the highest densities. It is possible that E. alatus can reduce B. phoenicis population even at low prey densities, and I. zuluagai can do the same also at high densities. The fact that E. alatus requires less prey than I. zuluagai suggests that its survivorship may be higher than that of I. zuluagai at low prey densities.