Resumo Objetivo Identificar a prevalência e os fatores associados à condição de acamado entre pessoas idosas brasileiras. Método Estudo epidemiológico transversal realizado com os dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) em 2019. Considerou-se a amostra de pessoas idosas (60 anos de idade ou mais) estudadas de 22.728. Utilizou-se como desfecho a condição de acamado. As características sociodemográficas, condições e utilização de serviços de saúde foram as variáveis independentes. Verificou-se a diferença de proporção de pessoas idosas acamadas, segundo as variáveis independentes, por meio do teste qui-quadrado de Rao-Scott. Realizou-se a regressão de Poisson, considerando nível de significância de 5% e razão de prevalência (IC95%). Resultados Verificou-se que 4,3% das pessoas idosas estiveram acamadas. Essa condição mostrou-se associada ao sexo feminino (RP=1,3; IC=1,0-1,6), renda per capita familiar até um salário mínimo (RP=1,3; IC=1,1-1,6), multimorbidade (RP=1,5; IC=1,1-2,0), artrite ou reumatismo (RP=1,4; IC=1,1-1,8), AVC ou derrame (RP=1,4; IC=1,1-1,8), doença crônica pulmonar (RP=1,9; IC=1,3-3,0), depressão (RP=1,5; IC=1,1-1,9), queda nos últimos 12 meses (RP=1,5; IC=1,2-1,9), polifarmácia (RP=1,3, IC=1,0-1,6), consulta médica (RP=1,9; IC=1,1-3,1) e internação no último ano (RP=3,2; IC=2,5-4,0) e urgência no domicílio (RP=1,8; IC=1,3-2,5). Conclusão A prevalência da condição estudada, apesar de baixa quando comparada a outros agravos em saúde, se faz muito importante pelo volume de pessoas idosas que dependem de cuidados diários e pela ausência de serviços de suporte. Essa condição esteve associada a condições sociodemográficas, a condições de saúde expressas pela presença de múltiplas doenças crônicas não transmissíveis e suas consequências, à polifarmácia e aspectos relacionados à fragilidade das pessoas idosas.
Abstract Objective To identify the prevalence and factors associated with the bedridden condition among Brazilian older adults. Method A cross-sectional epidemiological study using secondary data from the 2019 National Health Survey (PNS). The sample included 22,728 older adults (aged 60 years or older). The outcome was the bedridden condition. Sociodemographic characteristics, health conditions, and healthcare service utilization were the independent variables. Differences in the proportion of bedridden older adults according to the independent variables were assessed using the Rao-Scott chi-square test. Poisson regression was performed, considering a 5% significance level and prevalence ratio (95% CI). Results It was found that 4.3% of older adults were bedridden. This condition was associated with female sex (PR = 1.3; 95% CI = 1.0–1.6), per capita household income up to one minimum wage (PR = 1.3; 95% CI = 1.1–1.6), multimorbidity (PR = 1.5; 95% CI = 1.1–2.0), arthritis or rheumatism (PR = 1.4; 95% CI = 1.1–1.8), cerebrovascular accident (CVA) (PR = 1.4; 95% CI = 1.1–1.8), chronic pulmonary disease (PR = 1.9; 95% CI = 1.3–3.0), depression (PR = 1.5; 95% CI = 1.1–1.9), falls in the last 12 months (PR = 1.5; 95% CI = 1.2–1.9), polypharmacy (PR = 1.3; 95% CI = 1.0–1.6), medical consultations (PR = 1.9; 95% CI = 1.1–3.1), hospitalization in the last year (PR = 3.2; 95% CI = 2.5–4.0), and emergency care at home (PR = 1.8; 95% CI = 1.3–2.5). Conclusion Although the prevalence of the bedridden condition is low compared to other health issues, it is highly relevant due to the large number of older adults who depend on daily care and the lack of support services. This condition was associated with sociodemographic factors, health conditions—expressed by the presence of multiple noncommunicable chronic diseases and their consequences—polypharmacy, and aspects related to the frailty of older adults.