Resumo A Sociologia tem considerado o espaço e sua arquitetura como uma criação original, marcada por características sociais e históricas. Diante da diversidade da problemática, a Sociologia situou, sob o prisma do território e do espaço vivido, a conceituação de práticas sociais, de processos de socialização, de mecanismos de decisão como sinais do funcionamento das sociedades. A análise do vínculo entre o social e o espacial tem alimentado os debates teóricos sobre a explicação dos usos. Para uns, o essencial está na maneira como os indivíduos, os grupos, as instituições, a sociedade expressam, no espaço, as regras do jogo social; outros privilegiam a importância das dimensões físicas, arquitetônicas e urbanísticas, enfatizando as formas materiais para explicar as práticas. A partir dos anos 1970, na França, o elo entre formas e sociedades tem sido aprofundado por articulações disciplinares entre Antropologia, Sociologia, Arquitetura e Urbanismo, mobilizando a pesquisa sobre o papel dos que projetam e materializam as aspirações das sociedades, dos grupos e dos habitantes. Para desenvolver os princípios e as contribuições desta Sociologia do Espaço, apresentamos seus fundamentos teóricos, a partir de uma escolha pessoal e limitada de autores. Em seguida, um olhar sobre três das mais importantes experiências residenciais francesas mostra sua pertinência.
Abstract The space and its architecture has been considered within sociology as an original creation, marked by social and historical characteristics. In view of the diversity of the problematic, sociology has seen through the lenses of the territory and the lived space the conceptualization of social practices, socialization processes, and decision mechanisms as signs of the functioning of societies. The analysis of the link between the social and the spatial has fuelled theoretical debates on the explanation of uses. For some, the essential is the way in which individuals, groups, institutions, and society express, in the space, the rules of social play; others highlight the importance of the physical, architectural and urban dimensions, giving emphasis to material forms for explaining practices. Since the 1970s, in France, the link between forms and societies has been strengthened by disciplinary articulations between Anthropology, Sociology, Architecture and Urbanism, thus fostering research on the role of those who plan and materialize the aspirations of societies, groups and population. In order to develop the principles and contributions of this Sociology of Space, we present its theoretical foundations, based on personal and limited choice of authors. Then a look into three of the most important French residential experiences shows its relevance.
Resumé La sociologie a considéré que l’espace et son architecture sont une création originale, empreints de caractéristiques sociétales et historiques. Dans une diversité problématique, elle a mis à l’épreuve du territoire et de l’espace de vie la conceptualisation de pratiques sociales, de processus de socialisation, de mécanismes décisionnels, signes du fonctionnement des sociétés. L’analyse du lien entre social et spatial a nourri des débats théoriques sur l’explication des usages. Pour les uns l’essentiel est dans la façon dont les individus, les groupes, les institutions, la société, investissent l’espace à partir des règles du jeu social ; d’autres privilégient l’importance des dimensions physiques, architecturales et urbanistiques, choix qui a mis l’accent sur les formes matérielles pour expliquer les pratiques. Une telle liaison n’était guère problématique pour de nombreux auteurs pour comprendre les sociétés et les mouvements qui les traversent. A partir des années 1970, en France, le lien formes – sociétés a été approfondi à partir de croisements disciplinaires entre anthropologie, sociologie, architecture et urbanisme. Les modes d’appropriation des espaces de vie ont posé avec force la question des rapports entre conception architecturale et usagers mobilisant la recherche architecturale et urbaine sur le rôle des concepteurs et experts qui projettent et matérialisent les aspirations des sociétés, des groupes et des habitants (Pinson, 1992 ; Conan, 1991). Pour développer les principes et les apports de cette sociologie de l’espace, nous présentons ses fondements théoriques à partir d’un choix personnel et limité d’auteurs ; puis, un regard sur trois expériences résidentielles majeures en France montre sa pertinence.