A enxertia de mesa constitui-se, hoje, uma técnica alternativa de multiplicação da videira. No Brasil, esta técnica começou a ser empregada em escala comercial a partir dos anos 2000, mas diversas etapas da produção foram adaptadas de conhecimentos gerados no Hemisfério Norte, sem experimentação local. O emprego de auxinas é fundamental em algumas etapas do processo, como na formação do calo e no enraizamento, podendo afetar substancialmente as taxas de pegamento das mudas. Por outro lado, dentro da gama de porta-enxertos de uso corrente na viticultura nacional, a aptidão ao pegamento das mudas por esta técnica é variável e carente de experimentação regional. Neste sentido, este estudo testou diferentes parafinas de enxertia, enriquecidas ou não com auxinas, e diferentes porta-enxertos para um grupo variável de cultivares de videiras. Os experimentos foram realizados no Núcleo Tecnológico EPAMIG Uva e Vinho, em Caldas-MG, empregando a técnica de enxertia de mesa com estratificação em água e repicagem dos enxertos em canteiros a céu aberto. A parafina enriquecida com auxina mostrou-se mais indicada para a enxertia, ao passo que o emprego do AIB para enraizamento dos porta-enxertos não influenciou positivamente na produção das mudas. O pegamento médio de enxertia para os diferentes porta-enxertos foi variável em função dos anos de estudo, mas situou-se dentro dos valores normais próximos aos 55 % para esta técnica, à exceção da cultivar 420 A, que não se mostrou adaptada à esta técnica de propagação para a região em estudo.
Currently, the bench grafting is the main technique used for grapevine propagation. In Brazil, since 2000 this technique has been used under commercial scale. However, several procedures of this grafting technique were adapted from knowledge originated in the North hemisphere, without regional research. In some steps of bench grafting the use of auxins is crucial for callus formation and rooting, which may highly affect the successful of grafting operation. On the other hand, considering that the healing process of grafted cuttings varies according to the rootstock used, the regional experimentation is necessary for rootstocks varieties available in the Brazilian viticulture. In this context, this study evaluated the effect of different grafting waxes (with or without auxin) and different rootstocks on grafted cuttings for a range of grapevine cultivars. The trials were conducted at Núcleo Tecnológico EPAMIG Uva e Vinho, in Caldas, State of Minas Gerais, using the technique of bench grafting where the grafts were stratified in water and planted in a nursery stock under field conditions. The grafting wax with auxin showed more efficient for grafting union whereas the use of indolebutyric acid for the rooting of grafted cuttings showed a negatively influence. There was a variation among the studied years on the average of healing rate of different rootstocks. However, the healing rate was in the range considered normal for this grafting technique. Only 420A rootstock did not show a good performance to be used as bench grafting in this studied region.