Resumo Objetivou-se estimar a prevalência de hipertensão arterial (HA) e os fatores de risco associados em mulheres presas. Utilizou-se dados do Inquérito Nacional de Saúde na População Penitenciária Feminina e em Servidoras Prisionais, investigando-se características sociodemográficas, fatores das prisões, comportamentos e condições de saúde. As informações foram coletadas por meio de questionário autoaplicado, sendo a magnitude da associação estimada por odds ratio e intervalo de confiança de 95%. Das 1.327 participantes, 24,4% eram hipertensas, a maioria tinha 31 anos ou mais (54,6%), 51,5% autorreferiram etnia/cor parda. Após mutual ajustamento pelos fatores de risco associados na análise bivariada, observou-se relação direta e com gradiente entre idade e HA, em que idade igual/maior a 41 anos foi associada independentemente com uma chance sete vezes maior de ter HA, se comparado a quem tem menos de 25 anos. Aquelas que autorreferiram etnia/cor negra apresentaram colesterol alto e estavam obesas, também foram associadas de forma independente com maior prevalência de HA. O maior número de pessoas com que a presa divide cela esteve associado à maior prevalência de há, sem uma relação dose-resposta. Conclui-se que idade, etnia/cor, obesidade, inatividade física e estresse são fatores de risco para HA em mulheres presas.
Abstract The scope was to estimate the prevalence of arterial hypertension (AHT) and associated risk factors among female prisoners. Data from the National Health Survey of the Female Prison Population and Prison Guards were used, investigating sociodemographic variables, prison characteristics, health behaviors and conditions. Information was collected through a self-administered questionnaire, and the magnitude of the association was estimated by the odds ratio and 95% confidence interval. Of the 1,327 prisoner participants, 24.4% were hypertensive, the majority were 31 years of age or older (54.6%), and 51.5% self-reported mixed race. After adjustment for associated risk factors in the bivariate analysis, a direct relationship between age and AHT was observed, in which age equal to/over 41 years was independently associated with a 7-fold greater chance of having AHT, compared to those under 25 years of age. Those who self-reported mixed race, had high cholesterol, were obese and were also independently associated with a higher prevalence of AHT. The greater the number of people with whom the inmate shares a cell was associated with a higher prevalence of AHT, but without a dose-response relationship. The conclusion drawn is that age, race, obesity, physical inactivity and stress are risk factors for AHT in female prisoners.