Avaliou-se o teste de aglutinação direta (TAD) no sorodiagnóstico da leishmaniose visceral (LV) humana e de canídeos (cão e raposa Cerdocyon thous), sendo os resultados comparados com aqueles obtidos em imunofluorescência indireta (IFI) e ensaio imunoenzimático (ELISA). Utilizaram-se soros: humanos (303): indivíduos com LV confirmada (16), suspeitos de LV (65), em outras condições (102), controles negativos (15), indivíduos em área endêmica (105): de cães (82): de área endêmica (68), Salvaterra/Marajó/PA. (21 parasitologicamente positivos), e controles negativos (14), de Belém; de raposas (9): espécimes capturados na Ilha do Marajó. Antígenos para o TAD foram preparados a partir de promastigotas de Leishmania (Leishmania) donovani e L. (L.) chagasi. Aqueles utilizados em ELISA e IFI, respectivamente, de promastigotas (antígeno solúvel) e amastigotas deL. (L.) chagasi. Em humanos, a especificidade e sensibilidade do TAD, utilizando-se antígeno deL. (L.) donovani, foram altas (98,4% e 100%, respectivamente) e comparáveis às de IFI (97,5% e 100%). ELISA foi menos específico (84,8%), embora igualmente sensível. Em cães, o TAD foi mais específico com antígeno de L. (L.) donovani do que com aquele preparado a partir de L. (L.) chagasi. Entretanto, ELISA e TAD foram menos sensíveis (ambos 71,4%) que IFI (100%). Essa diferença foi reflelida nos resultados de cães de área endêmica, 87% dos quais foram positivos para IFI, mas somente 54% para ELISA e 49% para o TAD. Resultados similares foram observados com raposas, quando todos os 9 soros foram positivos para IFI, 7 de 9 (78% ) positivos para ELISA, enquanto que o TAD não revelou nenhum resultado positivo. Concluiu-se que o TAD, usando antígeno de L. (L.) donovani é um teste útil para LV humana; sua utilização em ampla escala é indicada, desde que monitorada por um laboratório de referência que garanta qualidade dos antígenos. Contudo, não é a melhor opção em inquéritos sorológicos caninos, já que foi menos específico que ELISA e, especialmente, IFI, na detecção de anticorpos em casos infecção canina.
The direct agglutination test (DAT) was evaluated for serodiagnosis of visceral leishmaniasis (VL) in human and canids (dogs and foxes Cerdocyon thous). The results were compared with those of the imnunofluorescent antibody assay (IFAT) and enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). The sera used were from: humans (303): confirmed VL (16), suspected VL (65), other conditions (102), negative controls (15) and individuals from an endemic area (105); dogs (82): from an endemic area (68), Salvaterra/Marajó/Pará (21 of which were parasitologically positive), and negative controls (14), from Belém;foxes (9): caught on Marajó Island. Antigens for DAT were prepared from promastigots of L. (L.) donovani, L. (L.) chagasi. Antigens used in ELISA and IFAT were prepared from promastigotes (soluble antigen) and amastigotes respectively of L. (L.) chagasi. In humans, the specificity and sensitivity of DAT using L. (L.) donovani were high (98.4% and 100% respectively) and comparable to that of IFAT (97.5% and 100%). ELISA was less specific (84.8%) although similarly sensitive (100%). In dogs, DAT was more specific using L. (L.) donovani as antigen than using L. (L.) chagasi. However, both DA Tand ELISA were less sensitive (both 71.4%) than IFAT (100%). This difference was reflected in the results from endemic dogs, 87% of which were positive by IFAT but only 54% by ELISA and 49% by DAT. Similarly, all 9 fox sera were positive by IFAT, 7 of 9 (78%) by ELISA but none by DAT. In conclusion, DAT using L. (L.) donovani antigen can provide a useful test for human VL; utilization on a large scale would be possible with a suitable reference laboratory to monitor antigen quality. However, DAT appears less useful for canine studies, as it was less sensitive than ELISA and especially IFAT in detecting canine infection.