Resumo Introdução As doenças peri-implantares apresentam como um dos principais fatores etiológicos o biofilme bacteriano, geralmente formado por uma microbiota semelhante à das doenças periodontais. Seu tratamento está centrado na descontaminação da superfície do implante e na remoção mecânica do biofilme, podendo ainda estar associado à administração de agentes antimicrobianos. Nesse sentido, tem sido cogitada a utilização de probióticos, que são microrganismos benéficos à saúde e que podem ter grande importância na cavidade oral, como coadjuvante no tratamento das peri-implantites. Objetivo Avaliar o efeito das cepas probióticas de Lactobacillus brevis e Bifidobacterium bifidum no crescimento do biofilme monoespécie de Staphylococcus aureus. Material e método Discos de titânio padronizados e com superfície tratada foram submersos em meio contendo caldo BHI e Staphylococcus aureus durante sete dias. Após esse período, o caldo foi retirado, os discos foram lavados e, então, introduzidos em um novo caldo BHI contendo as suspensões probióticas, sendo assim comparados a um grupo controle, sem probióticos. As amostras foram incubadas por 24h e então foram realizadas as diluições e a contagem das UFC (unidades formadoras de colônia) para Staphylococcus aureus. Resultado Após análise estatística dos dados, observou-se que a adição de ambos os probióticos resultaram em redução significativa (p<0,05) de UFC, quando comparados ao controle. Conclusão Conclui-se que os probióticos analisados (Lactobacillus brevis e Bifidobacterium bifidum) reduziram consideravelmente o crescimento do patógeno Staphylococcus aureus. Além disso, a cepa de Lactobacillus brevis apresentou efeito inibidor superior ao da cepa Bifidobacterium bifidum para ser utilizada como controle do biofilme bacteriano de Staphylococcus aureus.
Abstract Introduction One of the main etiological factors for peri-implant diseases is the bacterial biofilm, which usually features a similar microbiota to periodontal diseases. Its treatment focus on the decontamination of the implant surface and on the mechanical removal of biofilm, and it may also be associated to the administration of antimicrobial agents. Thus, the use of probiotics has been considered, since they feature beneficial microorganisms to health and may be of great importance for the oral cavity as an adjunct for the treatment of peri-implant diseases. Objective The aim of this in vitro study was to assess the effect of probiotic strains of Lactobacillus brevis and Bifidobacterium bifidum on the growth of single-species biofilm of Staphylococcus aureus. Material and method Standardized surface-treated titanium discs were submerged in a medium containing BHI broth and Staphylococcus aureus, for 7 days. After this period, the broth was removed, the discs were washed and, then, submerged in a new BHI broth containing probiotic suspensions and compared to a control group (with no probiotics). Samples were incubated for 24 hours and then the dilutions and CFU (colony-forming units) counting for Staphylococcus aureus were performed. Result Statistical analysis revealed that the addition of both probiotics resulted in a significant reduction (p<0,05) of CFU, when compared to the control group. Conclusion The assessed probiotics (Lactobacillus brevis and Bifidobacterium bifidum) considerably reduced Staphylococcus aureus growth. In addition, Lactobacillus brevis strain presented a superior inhibition effect than Bifidobacterium bifidum strain for Staphylococcus aureus bacterial biofilm control.