Resumo: Este estudo buscou compreender facilitadores, barreiras e estratégias para o uso de marcadores do consumo alimentar por profissionais da atenção primária à saúde (APS). As respostas de 235 profissionais de saúde a um questionário eletrônico foram utilizadas para desenvolver um roteiro para grupos focais realizados virtualmente. Em 10 grupos focais, 34 profissionais de cargos assistenciais e gestão de todas as macrorregiões brasileiras foram incluídos e as transcrições das gravações foram analisadas tematicamente. Profissionais da assistência e gestores enfatizaram a necessidade de infraestrutura para o uso adequado dos marcadores, apontando falta de equipamentos e instabilidade na conexão como principais barreiras. Gestores destacaram a possibilidade de uso por qualquer profissional como facilitadora, ao passo que profissionais da assistência assinalaram positivamente a estrutura dos marcadores, mas a falta de sensibilização sobre sua importância foi mencionada como barreira pelos participantes. Apesar da lentidão, a acessibilidade das plataformas para registro dos marcadores foi apontada como facilidade, assim como a condicionalidade com políticas públicas, especialmente quando vinculadas a incentivos financeiros. Os grupos focais permitiram trocas de estratégias, como educação permanente, treinamentos para digitadores, formas de uso dos marcadores nos espaços de assistência à saúde e ampliação da divulgação dos dados. Investir em infraestrutura, qualificação profissional e colaboração entre equipes da APS, com compartilhamento de estratégias, foram fatores cruciais para fortalecer o uso dos marcadores do consumo alimentar.
Abstract: This study aimed to understand the facilitators, barriers, and strategies for the use of food intake markers by primary health care (PHC) professionals. The responses of 235 healthcare health care professionals to an electronic questionnaire were used to develop a script for virtually conducted focus groups. In 10 focus groups, 34 professionals from healthcare and management positions from all Brazilian macroregions were included, and the transcripts were thematically analyzed. Healthcare professionals and managers emphasized the need for infrastructure to properly use the markers, pointing to the lack of equipment and connection instabilities as the main barriers. Managers highlighted the possibility of its use by any professional as a facilitator, whereas healthcare professionals positively indicated the structure of the markers. However, participants mentioned the lack of awareness about their importance as a barrier. Despite its slowness, the accessibility of the platforms to register the markers emerged as a facilitator, as did its conditionality with public policies, especially when linked to financial incentives. The focus groups allowed the exchange of strategies, such as continuing education, training for typists, ways to use markers in health care spaces, and expansion of data dissemination. Investment in infrastructure, professional training, and collaboration between PHC teams, with the sharing of strategies, configured crucial factors to strengthen the use of food intake markers.
Resumen: Este estudio pretende identificar los facilitadores, las barreras y las estrategias para el uso de marcadores de consumo de alimentos por parte de los profesionales de la atención primaria de salud (APS). Las respuestas de 235 profesionales de la salud a un cuestionario electrónico se utilizaron para desarrollar un guion para los grupos focales que se realizaron virtualmente. En 10 grupos focales, se incluyeron a 34 profesionales de puestos de atención y gestión de todas las macrorregiones brasileñas, y las transcripciones se analizaron temáticamente. Los profesionales y gestores de la asistencia enfatizaron la necesidad de una infraestructura para el uso adecuado de los marcadores, señalando como principales barreras la falta de equipos y la inestabilidad en la conexión. Los gerentes destacaron la posibilidad de uso por parte de cualquier profesional como facilitador, mientras que los profesionales de la atención señalaron positivamente la estructura de los marcadores, pero la falta de conciencia sobre su importancia fue mencionada como una barrera por los participantes. A pesar de la lentitud, se señaló como fácil la accesibilidad a las plataformas de registro de los marcadores, así como la condicionalidad con las políticas públicas, especialmente cuando se vinculan a incentivos financieros. Los grupos focales permitieron intercambiar estrategias, como la educación permanente, la capacitación de digitadores, las formas de uso de marcadores en los espacios de atención a la salud y la ampliación de la difusión de datos. La inversión en infraestructura, la calificación profesional y la colaboración entre los equipos de APS, con el intercambio de estrategias, fueron factores cruciales para fortalecer el uso de marcadores de consumo de alimentos.