RESUMO Este ensaio foi elaborado com o objetivo de apresentar uma discussão sobre o trabalho escravo no contexto brasileiro e as disputas semânticas em torno da construção de um conceito que possa apreender suas representações na contemporaneidade. Para isso, apropria-se de registros de nossa memória, apontando as continuidades históricas, os silenciamentos e dissimulações que atravessam a discussão, tentando aproximá-la do campo da Administração. Observa-se que o trabalho escravo sempre esteve presente na história da humanidade, sendo recorrente sua utilização por várias civilizações, seja pela força coercitiva, aquisição da mão de obra ou por outras formas e interesses. As reflexões apontam que, em detrimento das lutas travadas pela sua extinção até os dias atuais, pode-se afirmar que o trabalho escravo tem resistido e se reconfigurado no tempo e no espaço. O sistema de escravidão aparece e reaparece ao longo da história do trabalho, de maneira atemporal, assumindo novos contextos e formatos, da senzala à escravidão fabril, as oficinas de costura que integram a cadeia produtiva da indústria têxtil, negócios agropecuários, construção civil e outros setores da economia. Seja utilizando a mão de obra de nacionais ou imigrantes, o trabalho escravo é, sobretudo, fruto das ostensivas desigualdades sociais que devastam o mundo.
ABSTRACT This essay was designed with the objective of presenting a discussion on slave labor in the Brazilian context, as well as the semantic disputes surrounding the construction of a concept that can apprehend its representations in contemporary times. For that, it appropriates records from our memory, pointing out its historical continuities and the silences that go through the discussion, trying to bring it closer to the field of Administration. It is observed that slave labor has always been present in the history of mankind, with its use recurring by various civilizations, whether by coercive force, acquisition of labor or other forms and interests. To the detriment of the struggles waged by its extinction to the present day, it can be said that slave labor has resisted and been reconfigured in time and space. The slavery system appears and reappears throughout the history of work, in a timeless manner, taking on new contexts and formats, from slave quarters to factory slavery, the sewing workshops of luxury brands, agricultural business, civil construction and other sectors of the economy. Whether with the labor of nationals or immigrants, contemporary slave labor is, above all, the result of the ostensible social inequalities that devastate the world.
RESUMEN Este ensayo fue diseñado con el objetivo de presentar una discusión sobre el trabajo esclavo en el contexto brasileño, así como las disputas semánticas que rodean la construcción de un concepto que puede aprehender sus representaciones en los tiempos contemporáneos. Para eso, se apropia de los registros de nuestra memoria, señalando sus continuidades históricas y los silencios que pasan por la discusión, tratando de acercarlo al campo de la Administración. Se observa que el trabajo esclavo siempre ha estado presente en la historia de la humanidad, con su uso recurrente por varias civilizaciones, ya sea por fuerza coercitiva, adquisición de trabajo u otras formas e intereses. En detrimento de las luchas libradas por su extinción hasta nuestros días, se puede decir que el trabajo esclavo ha resistido y se ha reconfigurado en el tiempo y espacio. El sistema de esclavitud aparece y reaparece a lo largo de la historia del trabajo, de manera atemporal, adoptando nuevos contextos y formatos, desde los cuartos de esclavos hasta la esclavitud en fábricas, los talleres de costura de marcas de lujo, negocios agrícolas, construcción civil y otros sectores de la economía. Ya sea con el trabajo de nacionales o inmigrantes, el trabajo esclavo contemporáneo es, sobre todo, el resultado de las aparentes desigualdades sociales que devastan el mundo.