RESUMO O desenvolvimento de áreas urbanas intensifica o risco de inundação pelo acréscimo tanto do escoamento superficial quanto da exposição da população e infraestrutura. Neste trabalho, nós evidenciamos a importância da escolha do período de retorno para determinar o grau de perigo de inundação e suas características hidráulicas. A bacia do campus da UFSC foi utilizada para o teste, onde combinamos modelos hidrológicos e hidráulicos para definir a intensidade e grau de perigo de inundação. Seis mapas de intensidade de perigo foram elaborados a partir de diferentes períodos de retorno (2, 10, 25, 50, 100 e 500 anos), que foram usados para caracterizar cenários de baixa recorrência e alta recorrência. O mapa de baixa recorrência pode ser ideal para ver os efeitos nas construções enquanto o mapa de alta recorrência ajuda a identificar a segurança das pessoas. Observou-se que uma linha de tendência logarítmica se encaixa bem para todas as variáveis verificadas relacionadas a inundação (e.g. intensidade da chuva, velocidade média de inundação, área total de inundação). Este estudo é importante para compreender as diferenças entre os efeitos no mapeamento de perigo de inundação aos períodos de retorno e como podem influenciar as variáveis hidráulicas de inundação.

ABSTRACT The development of urban areas exacerbates flood risk by increasing both runoff and the exposure of population and infrastructure. In this study, we highlight the importance of return period choice on flood hazard degree and flood hydraulics characteristics. We use the UFSC campus basin as a test bed and combine a hydrological and a hydrodynamic model to define the flood hazard intensity and flood hazard degree. Six hazard intensity maps were elaborated using different return periods (2, 10, 25, 50, 100 and 500-years) that characterize low and high recurrence scenarios. The low recurrence hazard map can be ideal to verify hazard effects on buildings, while the high recurrence hazard map helps to identify people security. All variables related to the rainfall effect and its consequences (e.g. rainfall intensity, flood mean velocity, and total flood area) follow a logarithmic relationship, with a small variation for higher return periods. We highlight how different return periods can influence flood hydraulics and flood hazard and should therefore be considered in flood hazard mapping.

RESUMO A quantificação do escoamento de base é fundamental para a gestão dos recursos hídricos. No entanto, existem poucos estudos sobre a precisão e acurácia de medições de baixas vazões. Neste artigo, analisamos sistematicamente a precisão e a acurácia das medições de vazão feitas com o método de diluição em rios de cabeceira durante o escoamento de base. A precisão se refere à variabilidade dos valores das medições repetidas e a acurácia é o quanto o valor medido se aproxima de um valor de referência. Medimos a vazão em 31 diferentes seções transversais com bacias variando de 0,02 a 5,33 km2. As medições de vazão feitas utilizando o molinete foram adotadas como referência para estimativa da acurácia. Um erro de precisão de ± 5,0% foi encontrado para as medições. Os erros percentuais em relação a vazão de referência variaram de 0,7 a 45,6%, com mediana de 6,1%. Precisão e acurácia estão na mesma ordem de magnitude encontrada na literatura para vazões maiores. Esses resultados podem ser usados para restringir a incerteza das medições de vazão e na modelagem chuva-vazão em cabeceiras.

ABSTRACT The quantification of baseflow is key for water resources management. However, there are few reports on the precision and accuracy in low streamflow measurements. In this paper, we systematically analyze the precision and accuracy of dilution streamflow measurements in headwater channels during baseflow. Precision refers to the variability of the values for repeated measurements and accuracy is how much the measured value approximates the reference one. We measured streamflow in 31 different cross-sections with contributing areas ranging from 0.02 to 5.33 km2. Streamflow measurements with the current meter were adopted as reference for accuracy estimation. A precision error of ±5.0% was found for the measurements. The percent errors compared to reference streamflow ranged from 0.7 to 45.6%, with a median of 6.1%. Precision and accuracy are in the same order of magnitude found in the literature for larger streams. These results can be used for constraining the uncertainty of streamflow measurements and rainfall-runoff modeling of headwater streams.