Neste artigo discute-se a desconstrução do conceito de dislexia que se situa em dois polos: nas ciências da saúde que apresentam como causas da dislexia fatores orgânicos (funcionamento cerebral, fatores genéticos, dificuldades cognitivas) e nas ciências humanas, causas ligadas a fatores sociais (letramento, singularidades, fatores educacionais) cujas implicações recaem sobre dificuldades das crianças. Em um polo, há a construção de uma patologia, no outro, sua desconstrução por meio de conceitos como heterogeneidade e diferenças socioculturais. Trata-se de discussão relevante uma vez que os profissionais que trabalham nessas áreas tornam-se “cúmplices” ou “críticos” de uma dessas interpretações da realidade.
This paper discusses the deconstruction of the concept of dyslexia, constructed around two axes: the health sciences, which present organic factors as causes of dyslexia (brain functioning, genetic factors, cognitive difficulties) and human sciences, which link causes to social factors (literacy, singularities, educational factors) whose implications result in children’s difficulties. There is, in one of the axes, the construction of pathology, and in the other, its deconstruction through concepts such as diversity, and social and cultural differences. This discussion is relevant because professionals working in these fields become either “accomplices” or “critics” of one of these interpretations of reality.
En este trabajo se discute la desconstrucción del concepto de dislexia. Esta discusión se estructura en torno a dos polos: en las ciencias de la salud, que presentan como causas de la dislexia factores orgánicos (función cerebral, factores genéticos, dificultades cognitivas) y, en las ciencias humanas, causas ligadas a factores sociales (alfabetización, singularidades, factores educativos) que tienen consecuencias directas para las dificultades de los niños. La notable diferencia es que, por un lado, tenemos la construcción de una patología y, por otro, su desconstrucción a través de conceptos como heterogeneidad y diferencias socioculturales. Esta discusión es importante ya que los profesionales que trabajan en estas áreas se vuelven “cómplices” o “críticos” de una de estas interpretaciones de la realidad.