RESUMO Tornou-se lugar comum entre os estudiosos da mística inaciana estabelecer um diálogo entre o tema da criação e a moderna ou pós-moderna sensibilidade ecológica a fim de atualizar a prática dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola. O duplo objetivo dessa reflexão é mostrar que o tema da criação na mística inaciana é indissociável da ideia da criação em Cristo, e que o esquecer-se da cristologia que dá modo e ordem à mística inaciana dos Exercícios Espirituais conduz frequentemente a práticas que não merecem mais a adjetivação de cristã e tampouco de inaciana. Esse artigo é uma investigação descritiva e interpretativa com base em um estudo de cunho bibliográfico que está dividida em quatro partes: a especificação dos termos hermenêutica e mística, o contexto do texto dos Exercícios Espirituais, a sua elaboração, e finalmente a contemplação da vida de Cristo como Criador.

ABSTRACT It has become commonplace among scholars of Ignatian mysticism to establish a dialogue between the theme of creation and modern or postmodern ecological sensitivity in order to update the practice of the Spiritual Exercises of St. Ignatius of Loyola. The trajectory of this essay leads the reader through some aspects of the debate that this attempt to update has raised. The dual objective of this reflection is to show that the theme of creation in Ignatian mystique is inseparable from the idea of creation in Christ, and that the neglect of Christology structuring Ignatian mystic of Spiritual Exercises often leads to practices that no longer deserve the adjective of Christian neither Ignatian. This article is a descriptive and interpretative investigation based on a bibliographic study that is divided into four parts: the specification of the terms hermeneutic and mystical, the context of the Spiritual Exercises’ text, its elaboration, and finally the contemplation of the life of Christ as Creator.