Duas espécies de Neomegalotomus, N. parvus (Westwood), a espécie tipo, e N. rufipes (Westwood) são reconhecidas. As duas espécies são redescritas a partir de espécies tipo e a chave para identificação é apresentada. As seguintes espécies são sinonimizadas com Neomegalotomus parvus: N. simplex (Westwood), N. latifascia (Berg), e N. pallescens (Stål) (todas novas sinonímias). N. jamaicensis (Westwood) é sinonimizada com N. rufipes (nova sinonímia). As espécies tipo de todas as espécies até agora colocadas no gênero são também redescritas, exceto N. debilis (Walker) e N. vicinus (Westwood). N. parvus ocorre do México através da América Central até o norte da Argentina e em direção à Venezuela e ilhas caribenhas adjacentes ao leste. N. rufipes encontra-se espalhada no sul do Caribe em direção à Venezuela. As duas espécies se sobrepõem em distribuição: N. parvus é encontrado em St. Vincent e Tobago, enquanto N. rufipes ocorre em Grenada, a qual situa-se entre essas duas ilhas.

We recognize two species in Neomegalotomus, N. parvus (Westwood), the type species; and N. rufipes (Westwood). The two species are redescribed from type specimens, and are keyed. We synonymize the following species with Neomegalotomus parvus: N. simplex (Westwood), N. latifascia (Berg), and N. pallescens (Stål) (all new synonymies). We synonymize N. jamaicensis (Westwood) with N. rufipes (new synonymy). The type specimens of all species hitherto placed in the genus are also redescribed, except those of N. debilis (Walker) and N. vicinus (Westwood). N. parvus occurs from México through Central America into northern Argentina and east into Venezuela and adjacent Caribbean islands. N. rufipes is widespread in the Caribbean south towards Venezuela. The two species overlap in distribution: N. parvus is found on St. Vincent and Tobago, whereas N. rufipes occurs on Grenada, which lies between those two islands.

Uma espécie de Neomegalotomus é praga ocasional de soja [Glycine max (L.) Merrill] na Região Neotropical, incluindo o Brasil. Essa espécie era conhecida como Neomegalotomus parvus (Westwood); entretanto, a descoberta da espécie tipo de uma outra espécie, descrita anteriormente, requer que o nome seja trocado para Neomegalotomus simplex (Westwood), o que o torna o nome correto para essa praga da soja.

A species of Neomegalotomus is an occasional pest of soybean [Glycine max (L.) Merrill] in the neotropics, including in Brazil. It was known as Neomegalotomus parvus (Westwood); but the discovery of the type specimen of a species described earlier requires that the name be changed to Neomegalotomus simplex (Westwood), which becomes the correct name for the soybean pest.

Durante o mês de março de 2000, foram coletados adultos dos percevejos cirtocorídeos Cyrtocoris egeris Packauskas & Schaefer e C. trigonus (Germar) em duas espécies de plantas e em dois locais distintos. No Brasil (Londrina, PR) adultos de C. trigonus foram observados alimentando-se em hastes de guanxuma, Sida rhombifolia L. (Malvaceae). Apesar de as fêmeas terem ovipositado em laboratório, as ninfas não sobreviveram nesse alimento. Na Argentina (Reconquista, Província de Santa Fé), adultos e ninfas de C. egeris foram observados alimentando-se em vagens imaturas de soja, Glycine max (L.) Merrill. Nas condições de laboratório utilizadas, as ninfas não conseguiram se desenvolver além do terceiro instar.

During March 2000, nymphs and adults of the cyrtocorid bugs Cyrtocoris egeris Packauskas & Schaefer and C. trigonus (Germar) were observed on two different plants at two different localities. In Brazil (Londrina, Paraná State) adult C. trigonus were found feeding on stems of the weed plant arrow leaf sida, Sida rhombifolia L. (Malvaceae). Despite egg deposition in the laboratory, nymphs did not develop on this plant. In Argentina (Reconquista, Santa Fé Province), nymphs and adults of C. egeris were observed feeding on immature soybean [Glycine max (L.) Merrill] pods. Under laboratory conditions, nymphs of neither species could be reared beyond the third instar.

Os vetores da doença de Chagas são classificados como membros dos reduviídeos da sub-família Triatominae. Entretanto, essa classificação tem sido referida como incorreta por alguns autores, que consideram que alguns (ou todos?) os grupos de Triatominae têm diferentes ancestrais não-triatomíneos. Neste artigo essa questão é discutida amplamente e outras questões relacionadas ao tema são também levantadas, em particular a posição sistemática de Linshcosteus, o único gênero de Triatominae que ocorre fora do Novo Mundo (na Índia). Outro exemplo é o fato de diversas espécies e populações terem derivado da espécie tropical Triatoma rubrofasciata (De Geer). A resposta a essas questões - se os triatomíneos têm mais de um ancestral não-triatomíneo e, portanto, seriam filogeneticamente distantes - não tem apenas interesse acadêmico. É impossível generalizar para todos os grupos o que é conhecido apenas para um grupo, e isso pode prevenir o controle desses vetores de doenças. Portanto, é literalmente vital determinar se Triatominae é um grupo holofilético e, se não, quais grupos classificados como triatomíneos são relacionados entre si. Essa determinação poderá ser feita através da análise cladística dos generos atualmente incluídos em Triatominae. Alguns comentários sobre cladística são apresentados em um Apêndice.

The Neotropical Chagas' disease vectors are classified as members of the reduviid subfamily Triatominae. However, this classification has been suggested to be incorrect, and the suggestion has been treated as fact by some authors; the suggestion is that some (all?) groups in Triatominae had different nontriatomine reduviid ancestors. In this article I raise this question explicitly and ask other questions ancillary to it. I do not answer these questions. Of particular interest is the systematic position of Linshcosteus, the only genus of Triatominae all of whose species occur outside the New World (in India). Related to this question is that of the origin(s) of the several species and populations probably derived from the tropicopolitan Triatoma rubrofasciata (De Geer). Answering these questions is of more than academic interest, for if triatomines had more than one nontriatomine ancestor, and therefore are not phylogenetically close, it is impossible to generalize what is known about one group to others, and this inability may hinder control of these disease vectors. It is therefore vital (literally!) to determine if Triatominae is a holophyletic group and, if not, to determine which groups now classified as triatomines are related to which others. This determination may best be accomplished with a cladistic analysis of the genera now included in Triatominae. Some comments on cladistics are presented in an Appendix.

Um macho de Jadera parapecoralis Göllner-Scheiding, coletado no Rio Grande do Sul, Brazil é comparado com descrição original. Várias diferenças são destacadas.

A male specimen of Jadera parapectoralis Göllner-Scheiding, collected on August 30, 2000, in Rio Grande do Sul state, Brazil, is compared to the published description of this species. Several differences are noted.

A aplicação do trabalho em sistemática e filogenética pode ter muitos efeitos práticos na entomologia aplicada. A filogenia é o estudo das relações evolucionárias dos organismos; a sistemática usa os resultados da filogenia para contrair sistemas de classificação. Se alguém sabe algo sobre as relações filogenéticas e sistemáticas de uma praga de uma cultura, então ele sabe os parentes da praga ou cultura, e pode predizer o que poderão fazer no futuro. Tal conhecimento e predições são especialmente importantes em países em desenvolvimento, os quais estão diversificando sua agricultura. Insetos que se alimentam de plantas selvagens podem se tornar pragas quando os parentes destas plantas são introduzidas como culturas. Similarmente, nesses países, parentes selvagens de pragas de outros locais, podem eles tornarem-se pragas quando a mesma cultura é introduzida. Habilidade de fazer tais predições permite aos países estarem preparados para combater pragas antes que elas tomem este status. Exemplos de tais predições de heterópteros para as culturas no Brasil incluem: certos Blissidae (pragas do arroz e da cana de açúcar na Ásia), certos Alydidae (pragas de legumes na Ásia e agora da soja no Brasil); também alguns triatomíneos Reduviidae (vetores da doença de Chagas na Região Neotropical, potencialmente transmissores da doença de Chagas na Índia). Em adição, o conhecimento da filogenia e da sistemática pode permitir o controle de percevejos do gêneros Lygus, um grupo de pragas da Região Holártica (Miridae).

The application of systematics and phylogenetic work can have very practical effects on applied entomology. Phylogeny is the study of the evolutionary relationships of organisms; systematics uses the results of phylogeny to construct systems of classification. If one knows something about the phylogenetic and systematic relationships of a pest or a crop, then one knows the wild relatives of pest or crop, and can predict what either might do in the future. Such knowledge and predictions are especially important in developing countries which are now diversifying their agriculture. Insects now feeding on wild plants may become pests when relatives of those plants are introduced as crops. Similarly, wild relatives in these countries of pests elsewhere, may themselves become pests when the same crop is introduced. The ability to make such predictions allows countries to be prepared for pests before they actually become pests. Heteropteran examples of such predictions for Brazilian crops are: certain Blissidae (pests of rice and sugarcane in Asia), certain Alydidae (pests of legumes in Asia, and of soybean now in Brazil); also some triatomine Reduviidae (vectors of Chagas' disease in the neotropics, potentially of Chagas' disease in India). In addition, knowledge of phylogeny and systematics may allow one to control lygus bugs, a Holarctic group of pests (Miridae).

Registra-se o fato de que espécies de Megalotomus ocorrendo ao sul da América do Norte passam a pertencer ao gênero Neomegalotomus (ver Schaffner & Schaefer, Ann. Entomol. Soc. Am. 91, 1998). Várias destas espécies são pragas da soja [Glycine max (L.) Merr.], e portanto o uso do nome genérico correto é importante.

Variações na coloração são apontadas para as seguintes espécies brasileiras de Dysdercus: D. collaris é citado pela primeira vez na Guiana Francesa; e D. imitator é citado pela primeira vez nos Estados do Rio de Janeiro e Pará, e D. mimus no Estado do Rio Grande do Sul.

Exemplares de uma espécie de Orsillinae do gênero Xyonysius foram coletados em girassol (Helianthus annuus) em Londrina, Paraná. Os exemplares parecem ser da espécie X. major (Berg), mas essa espécie foi colocada como sinônimo de X. californicus (Stål). Demonstra-se aqui que as duas espécies devem ser consideradas distintas, ao menos até que o conceito "Xyonysius californicus" seja esclarecido. Desta forma, o ligeídeo do girassol deve ser considerado X. major.

Specimens of a species of the orsilline genus Xyonysius have been collected on sunflower (Helianthus annuus) in Londrina, Paraná. The specimens appeared to be X. major (Berg), but this species has been synonymized with X. californicus (Stål). Here I show the two species should be considered distinct, at least until the concept "Xyonysius californicus" has been clarified. The sunflower lygaeid is X. major.

Encontrou-se o coreídeo Leptoglossus dilaticollis Guérin alimentando-se de magnólia, Michelia champaca em Londrina, PR. Apenas outros quatro coreídeos alimentam-se de membros desse grupo primitivo de plantas, sendo um deles também pertencente ao gênero Leptoglossus.