resumo Baseado em entrevistas com diferentes profissionais (engenheiros, construtores, arquitetos, paisagistas e consultores imobiliários) envolvidos com a produção de edifícios "neoclássicos" no espaço residencial das elites de São Paulo, no material de imprensa (crítica de arquitetura, informes publicitários e sites de construtoras e corretoras imobiliárias) implicado na difusão desse modelo residencial e em fontes bibliográficas concernentes ao problema do historicismo arquitetônico, este artigo discute alguns condicionantes socioculturais desse gosto controverso. A análise dos discursos emitidos por esses agentes dotados do poder social de construir sugere que se, por um lado, tal proposta de habitação ocupa uma posição dominante do ponto de vista da hierarquia do mercado, por outro, encontra-se numa posição dominada do ponto de vista de um reconhecimento propriamente simbólico.
abstract Based on interviews with various professionals (engineers, contractors, architects, landscapers and real estate agents) involved in the production of the so-called "neoclassical" buildings in the elite residential neighborhoods of São Paulo, on promotional material (architectural criticism, advertising brochures and websites of construction companies and realtors) that disseminate this residential model, and on bibliographical sources for architectural historicism, this article examines some sociocultural elements underlying this controversial predilection. Analyses of statements made by agents endowed with social power to build suggest that if, on the one hand, this type of housing occupies a dominant position from the viewpoint of market hierarchy, on the other hand, it occupies a dominated position in terms of symbolic recognition.