JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Operações no abdome superior e tórax provocam intensa dor. Entre as principais complicações da dor pós-operatória estão as complicações cardiocirculatórias. O objetivo deste trabalho foi testar a hipótese de que a analgesia pós-operatória com o emprego de anestésicos locais mais opioides espinhais pode reduzir a incidência de complicações cardiovasculares no pós-operatório de pacientes nessas condições, comparando-se a métodos clássicos de analgesia pós-operatória, opioides e AINES, administrados segundo demanda do paciente. MÉTODO: Oitenta pacientes adultos ASA I e II, sem alterações ECG, alocados em dois grupos de 40: Grupo A, sob anestesia geral com propofol, cisatracúrio e isoflurano, associado à anestesia peridural, com cateter e controle da analgesia pós-operatória com bupivacaína e morfina peridural; e Grupo B, sob anestesia geral com as mesmas drogas e doses que o Grupo A, mais analgesia pós-operatória realizada com AINES e morfina endovenosa no final da operação e em intervalos regulares. Em ambos foi aplicado Holter por 24 horas. A avaliação da dor foi realizada pela escala analógica visual. RESULTADOS: Na avaliação da dor observou-se no Grupo A evidente predomínio do escore 0 (p < 0,001) e também houve redução dos níveis de pressão arterial no pós-operatório de forma mais acentuada. As disritmias ventriculares e supraventriculares foram cinco vezes mais frequentes no Grupo B (p = 0,00001), em que também detectou-se tendência a maior frequência de extrassístoles ventriculares em idade > 50 anos (22,2% versus 0,0%. p = 0,26). Não se observou diferença significativa da frequência cardíaca entre os grupos (p > 0,05). CONCLUSÕES: A melhor qualidade da analgesia no pós-operatório, realizada nos pacientes do Grupo A, reduziu a incidência de complicações cardiovasculares
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Upper abdomen and thorax surgeries cause intense pain. Some of postoperative pain main complications are cardiocirculatory complications. The objective of this study was to test the hypothesis that postoperative analgesia with employment of local anesthetics plus spinal opioids may reduce the incidence of cardiovascular complications in postoperative period of patients in these conditions, comparing with classical methods of postoperative analgesia, opioids and NSAIDs, administered upon patient's demand. METHOD: Eighty adult patients, ASA I and II, without ECG alterations, were allocated into two groups of 40: Group A, patients under general anesthesia with propofol, cisatracurium and isoflurane, associated with epidural anesthesia with catheter and control of postoperative analgesia with bupivacaine and epidural morphine; and Group B, patients under general anesthesia with the same drugs and doses of A, plus postoperative analgesia carried out with NSAIDs and intravenous morphine at the end of surgery and in regular intervals. In both groups Holter was applied for 24 hours. Pain evaluation was carried out through visual analog scale. RESULTS: In pain evaluation, an evident predominance of 0 score (p < 0.001) was observed in Group A and there was also reduction of blood pressure levels in postoperative period in a more accentuated way. Ventricular and supraventricular dysrhythmias were five times more frequent in Group B (p = 0.00001), in which a tendency to a higher frequency of ventricular extrasystoles in age > 50 years (22.2% versus 0.0%. p = 0.26) was also detected. No significative difference of heart rate among groups (p > 0.05) was observed. CONCLUSIONS: The best quality of analgesia in postoperative period, carried out in Group A, reduced the incidence of cardiovascular complications
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Las operaciones en el abdomen superior y el tórax provocan un intenso dolor. Entre las principales complicaciones del dolor postoperatorio están las complicaciones cardiocirculatorias. El objetivo de este trabajo, fue comprobar la hipótesis de que la analgesia postoperatoria con el uso de los anestésicos locales y de los opioides espinales, puede reducir la aparición de complicaciones cardiovasculares en el postoperatorio de los pacientes que están en esas condiciones, comparando los métodos clásicos de analgesia postoperatoria, opioides y AINES, administrados según la demanda del paciente. MÉTODO: Ochenta pacientes adultos ASA I, II, sin alteraciones de ECG, fueron divididos en dos grupos de 40 cada uno: Grupo A, bajo anestesia general con propofol, cisatracurio e isoflurano, asociado a la anestesia epidural, con catéter y control de la analgesia postoperatoria con bupivacaína y morfina epidural; y Grupo B, bajo anestesia general con los mismos fármacos y dosis que el Grupo A, y con analgesia postoperatoria realizada con AINES y morfina ev al final de la operación, y en intervalos regulares. En ambos grupos se aplicó Holter por 24 horas. La evaluación del dolor fue realizada por la escala analógica visual. RESULTADOS: En la evaluación del dolor, se observó en el Grupo A un evidente predominio de la puntuación 0 (p < 0,001) y también hubo una reducción de los niveles de presión arterial en el postoperatorio de una forma más acentuada. Las arritmias ventriculares y supraventriculares fueron cinco veces más frecuentes en el Grupo B (p = 0,00001), donde también se detectó una tendencia para una mayor frecuencia de extrasístoles ventriculares en la edad > 50 años (22,2% versus 0,0%. P = 0,26). No se observó diferencia significativa de la frecuencia cardíaca entre los grupos (p > 0,05). CONCLUSIONES: La mejor calidad de la analgesia en el postoperatorio, realizada en el Grupo A, redujo la aparición de complicaciones cardiovasculares