Resumo A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um dos distúrbios do sono mais frequentes, associada ao risco aumentado para obesidade, hipertensão e evento cardiovascular. O presente estudo buscou investigar a prevalência da AOS em trabalhadores de turno. Foi realizada a revisão sistemática da literatura, utilizando-se os descritores “sleep apnea” AND “shift work”, nas bases de dados do PubMed Central, Biblioteca Virtual em Saúde, Web of Science e Scopus, incluindo-se artigos que apresentaram a frequência da AOS em trabalhadores de turno, publicados entre 2004 e 2014, em inglês, português ou espanhol, apenas com seres humanos, maiores de 18 anos, utilizando polissonografia. Artigos de revisão ou com participantes com comorbidades prévias (exceto sobrepeso/obesidade), tratados para doença do sono ou gestantes foram excluídos. Dos 1.428 artigos identificados, quatro foram incluídos para análise, totalizando 819 participantes, com predomínio do sexo masculino. A prevalência da AOS em trabalhadores de turno variou de 14,3% a 38,1%, superior à estimada para a população geral, sugerindo associação importante com o trabalho de turno e a necessidade de prevenção, diagnóstico e intervenção sobre possíveis impactos negativos da escala de trabalho na saúde desses trabalhadores.
Abstract The obstructive sleep apnea (OSA) is one of the most common sleep disorders and is associated with increased risk for obesity, hypertension and cardiovascular event. The present study aimed to investigate the prevalence of OSA in shift workers. The systematic literature review was performed using the descriptors “sleep apnea” and “shift work”, in the databases PubMed, PubMed Central, Biblioteca Virtual em Saúde, Web of Science and Scopus, including studies that presented the frequency of OSA in shift workers; published between 2004 and 2014; in English, Portuguese or Spanish; only with human beings, older than 18 years old; using the polysomnography. Review articles or those including participants with previous comorbidities (except overweight/obesity), treated for sleep disorders or pregnant women were excluded. From 1,428 studies identified, four were included in the analysis, resulting in 819 participants, with a predominance of men. The prevalence of OSA in shift workers varied from 14.3% to 38.1%, higher than that estimated for the general population, suggesting an important association with shift work and the need for prevention, diagnostic and intervention on the possible negative impacts of working range on the health of shift workers.