Las representaciones que la sociedad asocia con la profesión de enfermería y a la enfermera, a menudo contradictorias, persisten en el imaginario individual y colectivo y tienen poco que ver con la evolución en el campo profesional, la educación y la academia. Las imágenes asociadas con la enfermera y la enfermería están registradas en la memoria de un pasado más o menos lejano y pueden tener una justificación histórica, cultural y social. Descubrir cómo las representaciones asociadas con la enfermería y la enfermera se constituyeron nos permitirá recrear el curso de nuestra identidad profesional y entender cómo el grupo social, produce, consume, comparte y recoge imágenes que definen nuestra identidad. Proponemos en este artículo conocer cómo “A Liga Republicana das Mulheres Portuguesas”, en el siglo XX, creó una imagen positiva de la enfermería desarrollando un discurso positivo de profesión captando el interés de las mujeres acerca de una “profesión digna” que les permitiría su independencia económica en caso de abandono o viudez. Vamos a utilizar un conjunto de artículos publicados en la prensa oficial de la Liga: “A Mulher e a Criança” y “A Madrugada” ya que la prensa fue una importante forma de difusión y adoctrinamiento de ideas feministas.
As representações que a sociedade associa à profissão de enfermagem e à enfermeira, muitas vezes contraditórias, persistem no imaginário individual e coletivo e pouco têm a ver com a evolução verificada no âmbito do exercício profissional, do ensino e da academia. As imagens associadas à enfermeira e à enfermagem inscrevem-se na memória dum passado mais ou menos longínquo e poderão ter uma justificação histórica, social e cultural. Desvendar do modo como as representações sociais associadas à enfermeira e à enfermagem se constituíram no passado poderá permitir-nos recriar, no presente, o percurso da nossa identidade profissional e compreender como, enquanto grupo social, produzimos, consumimos, divulgamos e assumimos imagens que definem essa própria identidade. Propomo-nos neste artigo dar a conhecer como a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas (LRMP), no início do século XX, criou uma imagem positiva da enfermagem, desenvolvendo um discurso elogioso da profissão captando o interesse das mulheres para uma “profissão digna” que lhes possibilitaria a independência económica em caso de abandono ou viuvez. Utilizaremos um conjunto de artigos publicados na imprensa oficial da Liga: A Mulher e A Criança e A Madrugada dado que a imprensa foi uma importante forma de divulgação e doutrinação das ideias feministas.
Representations that society associates with nurses and nursing, some of them contradictory, persist in individual and collective imaginations. This is not consistent with the development of nursing in terms of professional practice, education and scholarship. Images we associate with nurses and nursing are engraved in the memory from the more or less remote past and may have historical, social and cultural justifications. Revealing how social representations associated with nurses and nursing have been formed in the past can help us today to re-create the construction of our professional identity and elucidate how we as a social group produce, use, share and take on images that define our own identity. Our aim is to reveal how Portuguese feminist movements at the beginning of XXth century, namely the Liga Republicana das Mulheres Portuguesas (LRMP), has created a positive image of nursing, revealing a praiseworthy discourse attracting the interest of women in a “dignified profession” that could allow them economic independence in cases of abandonment or widowhood. We will use a set of newspaper articles published by the official press of LRMP - “A Mulher e a Criança”, and “A Madrugada” - since the printing press was an important way to reveal and spread feminist ideals.