RESUMO O objetivo do trabalho foi analisar a influência do desenho dos sistemas de controle gerencial (SCG) na cooperação interorganizacional e o papel moderador da identificação das empresas com seu parque tecnológico. As condições que promovem o surgimento da cooperação interorganizacional são apontadas na literatura como uma importante lacuna de pesquisa, além das poucas evidências sobre como o desenho dos SCG influencia a cooperação, principalmente em relacionamentos baseados em inovação. SCG em parcerias interorganizacionais mostraram ser relevantes para a coordenação e manutenção da relação e, neste estudo, revelaram fomentar comportamentos cooperativos das empresas vinculadas aos parques tecnológicos. A identificação interorganizacional está moderadamente presente nas empresas em relação ao parque, o que incita a inclusão de aspectos sociais e relacionais nos estudos interorganizacionais, ainda pouco explorados na literatura. Os SCG dos parques estão voltados a estimular a cooperação das empresas, uma finalidade desse vínculo. Ao não confirmar o efeito moderador da identificação, verificou-se que esse construto impulsiona a cooperação de modo desassociado dos SCG. Uma survey foi realizada em organizações associadas ao Porto Digital e ao Parque Tecnológico de São José dos Campos, com a participação de 187 gestores. Para análise dos dados aplicou-se a técnica de modelagem de equações estruturais por mínimos quadrados parciais e, de forma complementar, analisaram-se diferenças entre os dois parques. O desenho dos SCG e a identificação interorganizacional atuam como antecedentes da cooperação de empresas com seu parque tecnológico. Por outro lado, o efeito direto e positivo do desenho dos SCG na cooperação não é moderado pelo quanto estas empresas se identificam com a relação interorganizacional estabelecida. Contribui-se ao identificar formas de fomentar a cooperação, um dos propósitos dos acordos interorganizacionais, além de proporcionar evidências em um contexto pouco abordado na literatura.
ABSTRACT The aim of this study was to analyze the influence of the design of management control systems (MCSs) on interorganizational cooperation and the moderating role of companies’ identification with their technology park. The conditions that promote the emergence of interorganizational cooperation are indicated in the literature as an important research gap, as well as the little evidence about how MCS design influences cooperation, especially in relationships based on innovation. MCSs in interorganizational partnerships have been shown to be relevant for the coordination and maintenance of the relationship, and this study reveals that MCSs promotes cooperative behaviors among the companies associated with the technology parks. The interorganizational identification of the companies with their park was moderately present, thus prompting the inclusion of social and relational aspects in interorganizational studies, which remain scarcely explored in the literature. The MCSs of the parks are focused on stimulating the companies’ cooperation, which is one purpose of this partnership. By not confirming the moderating effect of identification, it was verified that this construct drives cooperation in a way that is dissociated from the MCSs. A survey was conducted in organizations associated with Porto Digital and with the São José dos Campos Technology Park, and it had the participation of 187 managers. To analyze the data the partial least squares structural equation modeling technique was applied and the differences between the two parks were further analyzed. The MCSs design and interorganizational identification act as antecedents of the companies’ cooperation with their technology park. On the other hand, the direct and positive effect of the MCS design on cooperation is not moderated by how much these companies identify with the interorganizational relationship established. The paper contributes by identifying ways of fostering cooperation, one of the purposes of interorganizational agreements, as well as by providing evidence in a context that is scarcely addressed in the literature.