Resumo Este artigo desenvolve uma análise comparativa das obras O que os cegos estão sonhando?, de Noemi Jaffe, e Maus, de Art Spiegelman. O exame crítico empreendido visa colocar em discussão algumas semelhanças no processo de construção da autoria nestes dois livros - particularmente no que se refere à autorrepresentação do drama dos filhos de sobreviventes dos campos de concentração nazistas - e no modo como estes relatos de segunda geração assumem a forma de um testemunho oblíquo, ao mesmo tempo prolongamento de e ruptura com os testemunhos dos pais-sobreviventes. Recorre-se, entre outras referências, às ideias de Márcio Seligmann-Silva (2013) e Giorgio Agamben (2014) a respeito da produção testemunhal e às discussões de Jeanne Marie Gagnebin (2014) sobre memória e esquecimento após Auschwitz.
Abstract This article develops a comparative analysis of the works, O que os cegos estão sonhando?, by Noemi Jaffe, and Maus, by Art Spiegelman. The critical examination discusses some similarities in the process of how authorship is constructed in these two books. Particularly, the essay discusses the self-representation of the children of Nazi concentration camps survivors, and the manner in which second generation narratives take the form of an oblique witness, which constitute, at the same time prolongation and rupture with the testimonies of surviving parents.
Resumen Este artículo hace un análisis comparativo de las obras O que os cegos estão sonhando?, de Noemí Jaffe, y Maus, de Art Spiegelman. El examen crítico emprendido pretende poner en discusión algunas similitudes en el proceso de construcción de autoría en estos dos libros, particularmente en lo que se refiere a la auto representación del drama de los hijos de sobrevivientes de los campos de concentración nazis, y al modo como estos relatos de segunda generación asumen la forma de un testimonio oblicuo, al mismo tiempo prolongación y ruptura con los testimonios de los padres-sobrevivientes.