El proceso de la formación de una sociedad de corte en Brasil puede interpretarse, desde la teoría de Norbert Elias, si consideramos tres importantes aspectos históricos de formación social: 1) códigos y normas de socialización desarrollados dentro de la corte brasileña y difundidos en libros de buenos modales, como el Código de Bom-tom, escrito por el canónigo portugués José Inácio Roquette, publicado en Portugal en 1845 y transformado en una lectura obligatoria en los círculos nobles durante el Estado imperial; 2) la constitución de un Estado nacional en Brasil requiere examinar el papel y la importancia de la esclavitud en su formación y mantenimiento, y considerar que tal esclavitud fue, al mismo tiempo, un obstáculo profundo para la difusión de los procesos civilizadores en aquel momento y después; 3) el significado de una institución social como las Fuerzas Armadas en el Brasil monárquico (1822-1889), probable y paradójicamente una de las más importantes fuerzas civilizadoras del país.
The process of formation of a court society in Brazil may be interpreted according the Norbert Elias theory, by considering three major aspects in social formation: 1) socialization codes and rules developed in the Brazilian court and publicized through books on good manners, like the Código de Bom-tom, written by Portuguese canon José Inácio Roquette, published in Portugal in 1845 and declared mandatory in noble circles in Brazil during the imperial State (1822-1889); 2) building a national State in Brazil calls for an analysis on the role and importance of slavery in its formation and continuity, but keeping in mind that at the same time slavery was a deep obstacle in the diffusion of civilizing processes at that time and further on; 3) the meaning of a social institution like the Armed Forces during monarchy in Brazil (1822-1889), which paradoxically may have been one of the most important civilizing forces in the country.
O processo de enraizamento de uma sociedade de corte no Brasil, que ocorre durante o regime imperial (1822-1889), pode ser interpretado, à luz de Norbert Elias, se considerarmos que esse tipo de configuração social contou com: códigos e regras de sociabilidade que garantiram seu funcionamento e legitimidade, e cuja divulgação contou com o auxílio dos manuais de boa conduta, como o Código de Bom-tom, do cônego português José Inácio Roquette, publicado em Portugal em 1845 e transformado numa espécie de leitura obrigatória nos círculos aristocráticos do Brasil imperial; e a formação do Estado nacional brasileiro, que exige, também, a discussão do papel da escravidão na constituição e manutenção do Estado imperial e da própria corte, ao mesmo tempo obstáculo para a configuração concreta de um processo civilizador no seio da sociedade brasileira, que teve, paradoxalmente, as Forças Armadas nacionais como uma das possíveis forças civilizadoras do país.