RESUMO Introdução: Diversas barreiras impedem o encaminhamento oportuno para cuidados paliativos (CP), levando ao manejo inadequado dos sintomas e à diminuição da qualidade de vida. Padronizar critérios de encaminhamento é essencial para melhorar o acesso aos CP. Encaminhamentos precoces são fundamentais para o suporte ao paciente. Especialistas elaboraram o Protocolo de Encaminhamento para Cuidados Paliativos (PECP), que categoriza pacientes oncológicos com base na urgência clínica, priorizando consultas em 90, 45 e 15 dias, conforme a gravidade. Objetivo: Avaliar fatores que influenciam padrões de encaminhamento para cuidados paliativos. Método: Estudo de coorte retrospectivo realizado no Hospital de Câncer de Barretos (Barretos, São Paulo, Brasil). Dados de prontuários eletrônicos de pacientes com câncer que atendiam aos critérios de inclusão foram analisados utilizando três instrumentos: Questionário de Caracterização Sociodemográfica e Clínica do Paciente; Questionário de Avaliação dos Encaminhamentos pelo PECP conforme desempenho clínico; Questionário de Avaliação de Encaminhamentos sem o protocolo PECP. Análises estatísticas utilizaram os softwares IBM-SPSS v.27.0, R v.4.3.2 e biblioteca GGPLOT2, com significância definida de p<0,05. Resultados: Foram identificados 1.492 prontuários pacientes, 323 foram randomizados (226 com PECP, 97 sem PECP). Mulheres diagnosticadas com câncer do aparelho digestivo com maior escolaridade predominaram entre os pacientes encaminhados pelo PECP. Os preditores para encaminhamento foram tratamento exclusivo para CP, maior KPS e grupo de desempenho amarelo (ECOG). Os encaminhamentos realizados pelo protocolo foram mais detalhados e justificados. Conclusão: Intervenções direcionadas e iniciativas educacionais voltadas para profissionais de saúde são necessárias para garantir acesso oportuno, enfatizando seu papel fundamental na prática clínica. Ensaios longitudinais são necessários para validar ainda mais a eficácia do PECP na prática clínica.
ABSTRACT Introduction: Numerous barriers hinder timely referral to palliative care (PC) leading to inadequate symptom management and diminished quality of life. Standardizing referral criteria is essential to improve access to PC, emphasizing the urgency of early referral for patient support. Brazilian experts created the Palliative Care Referral Protocol (PCRP), a tool to categorize oncology patients based on clinical urgency, prioritizing appointments within 90, 45, and 15 days according to the severity. Objective: Evaluate factors influencing referral patterns of advanced cancer patients using a palliative care referral protocol. Method: Retrospective cohort study conducted at Hospital de Câncer de Barretos (Barretos, São Paulo, Brazil). Data from electronic medical records of cancer patients who met the inclusion criteria were analyzed using three instruments: Sociodemographic and Clinical Patient Characterization Questionnaire; Assessment Questionnaire of Referrals through PCRP according to clinical performance; Evaluation Questionnaire of Referrals without the PCRP. Statistical analyses utilized IBM-SPSS v.27.0, R v.4.3.2 software, and GGPLOT2 library, with significance of p < 0.05. Results: 1,492 patient records were identified, 323 were randomized (226 with PCRP and 97 without PCRP). PCRP-referred patients were predominantly females, with higher education, diagnosed with digestive cancer as primary tumor. Predictors for PC referral included exclusive PC treatment, higher KPS, and yellow performance group (ECOG). Referral according to the protocol were more detailed and justified. Conclusion: Targeted interventions and educational initiatives focused to healthcare providers are required to ensure timely access, emphasizing its key role in clinical practice. Longitudinal trials are needed to further validate the effectiveness of PCRP in clinical practice.
RESUMEN Introducción: Numerosas barreras dificultan la derivación oportuna hacia cuidados paliativos (CP), resultando en una gestión inadecuada de los síntomas y menor calidad de vida. Estandarizar los criterios de derivación es fundamental para mejorar el acceso a los CP. Especialistas desarrollaron el Protocolo de Derivación a Cuidados Paliativos (PDCP), herramienta que clasifica a los pacientes oncológicos según la urgencia clínica, priorizando citas en 90, 45 y 15 días. Objetivo: Evaluar los factores que influyen en los patrones de derivación a los cuidados paliativos. Método: Este estudio de cohorte retrospectivo se llevó a cabo en el Hospital de Cáncer de Barretos (Barretos, São Paulo, Brasil). Basado en datos de historias clínicas electrónicas. Fueron analizadas utilizando tres cuestionarios: Caracterización Sociodemográfica y Clínica del Paciente; Evaluación de Derivaciones a través del PDCP según el desempeño clínico; Evaluación de Derivaciones sin el protocolo PDCP. Los análisis estadísticos se realizaron utilizando los softwares IBM-SPSS v.27.0, R v.4.3.2 y la biblioteca GGPLOT2, con significación p<0,05. Resultados: Se identificaron 1492 registros de pacientes; 323 fueron aleatorizados (226 con PDCP; 97 sin PDCP). Los pacientes derivados con PDCP eran predominantemente mujeres diagnosticadas con cáncer del aparato digestivo con educación superior. Los predictores para derivación incluyeron, tratamiento exclusivo en CP, mayor KPS y grupo de desempeño amarillo. Las derivaciones realizadas con el protocolo fueron más detalladas y justificadas. Conclusión: Se necesitan intervenciones específicas e iniciativas educativas dirigidas a los proveedores de atención médica para garantizar el acceso oportuno, enfatizando su papel fundamental en la práctica clínica. Se necesitan ensayos longitudinales para validar aún más la eficacia del PDCP en la práctica clínica.