Analisam-se as demandas por qualificação profissional de empregadores e trabalhadores do Recife, durante a segunda metade do século XIX. Levantou-se documentação referente aos jornais recifenses da época, documentos de associações patronais na cidade, publicações de organizações de trabalhadores e documentos de governo. Conclui-se que a urbanização recifense não implicou novas exigências de profissionais, embora existisse um discurso governamental em defesa de espaços voltados à instrução profissional. A inexistência de ações de trabalhadores e do patronato voltadas à qualificação profissional pode ser explicada pela incipiente industrialização. Constatou-se que os critérios estabelecidos para a contratação não se relacionavam diretamente com a atividade a ser desenvolvida. As exigências patronais referiam-se ao sexo, à cor, à idade, à conduta moral, indicando que, se havia uma cobrança pelo saber fazer, não havia critérios específicos relacionados à profissão demandada.
This study analyzes the demands for professional qualification from employers and workers in Recife, during the second half of the 19th century. We have compiled documentation related to Recife newspapers of the time; documents of employers' associations in the city, publications of workers' organizations and government documents. We have concluded that the urbanization of Recife did not result in new demands of professionals, although there was a governmental discourse in defense of spaces designed to vocational instruction. The lack of action of workers and employers aimed at vocational qualification can be explained by the incipient industrialization. It was found that the criteria for hiring were not related directly to the activity to be developed. Employers' requirements concerned sex, color, age, moral conduct, indicating that, even if there was a demand for know-how, there were not specific criteria related to profession demanded.
Se han analizado las demandas por cualificación profesional de jefes y empleados de Recife, durante la segunda mitad del siglo XIX. Se ha buscado documentación concerniente a periódicos de la ciudad en la época, documentos de asociaciones patronales en la ciudad, publicaciones de organizaciones de trabajadores y documentos del gobierno. Se ha concluido que la urbanización de Recife no implicó nuevas exigencias de profesionales, aunque existiera un discurso gubernamental que defendía espacios destinados a la instrucción profesional. La inexistencia de acciones de trabajadores y del patronato volcadas a la cualificación profesional se puede explicar en base a la incipiente industrialización. Se ha constatado que los criterios definidos para los contractos no se relacionaban directamente con la actividad que se desarrollaría. Las exigencias de los directivos se referían al sexo, al color, a la edad y a la conducta moral, sugiriendo que, si había una demanda respecto al saber hacer, no había criterios específicos relativos a la profesión solicitada.