OBJETIVO: Estimar a prevalência de histórico de violência sexual entre mulheres gestantes e sua associação com a percepção de saúde. MÉTODOS: Estudo transversal, com 179 mulheres maiores de 14 anos e grávidas de 14 a 28 semanas, entrevistadas em serviços públicos de saúde em São Paulo, SP, entre os anos de 2006 e 2007. Os instrumentos utilizados foram: inventário de violência sexual, inventário de dados sociodemográficos e questionário de qualidade de vida relacionada à saúde: "Medical Outcomes 12-Item Short-Form Health Survey" (SF-12®). Mulheres com e sem história de violência sexual foram comparadas quanto à idade, escolaridade, ocupação, estado civil, cor da pele e autopercepção de saúde física e mental. A violência sexual foi caracterizada em penetrativa ou não penetrativa. RESULTADOS: Houve prevalência de 39,1% de violência sexual entre as entrevistadas, sendo 20% do tipo penetrativo, cometida sobretudo por agressores conhecidos. Em 57% das mulheres a primeira agressão ocorreu antes dos 14 anos. Não houve diferenças sociodemográficas entre mulheres que sofreram e as que não sofreram violência sexual. Escores médios de percepção de saúde física entre as entrevistadas com antecedente de violência sexual foram menores (42,2; DP=8,3) do que das mulheres sem este antecedente (51,0; DP=7,5) (p<0,001). A percepção de saúde mental teve escore médio de 37,4 (DP=11,2) e 48,1 (DP=10,2) (p<0,001), respectivamente para os dois grupos. CONCLUSÕES: Houve alta prevalência de violência sexual entre as grávidas dos serviços de saúde avaliados. Mulheres com antecedente de violência sexual apresentaram pior percepção de saúde do que as sem esse antecedente.
OBJECTIVE: To estimate the prevalence of sexual violence history among pregnant women and its association with the self-perception of health status. METHODS: Cross-sectional study including a total of 179 pregnant women older than 14 years old at gestation week 14 to 28 attending public health services in the city of São Paulo, Southeastern Brazil, between 2006 and 2007. Data collection instruments included: questionnaire on sexual violence; questionnaire on sociodemographic data; and an assessment of health-related quality of life using the Medical Outcomes Study 12-Item Short-Form Health Survey (SF-12®). Age, skin color, education, occupational and marital status, and self-perception of physical and mental health were compared between women with and without a lifetime history of sexual violence. Sexual violence was categorized as penetrative and non-penetrative sex. RESULTS: Among all women interviewed, the prevalence of sexual violence was 39.1%, of which 20% were of penetrative type by known perpetrators. In 57% of cases, the first episode of violence was before the age of 14. There were no sociodemographic differences between women with and without history of sexual violence. Mean scores of self-perception of physical health among women with history of sexual violence were lower (42.2; SD= 8.3) compared to those without history of sexual violence (51.0; SD= 7.5) (p<0.001). Mean scores of self-perception of mental health were 37.4 (SD= 11.2) and 48.1 (SD= 10.2) (p<0.001), respectively. CONCLUSIONS: There was found high prevalence of sexual violence among pregnant women studied. Women with history of sexual violence showed poorer self-perception of health status compared to those without history of sexual violence.
OBJETIVO: Estimar la prevalencia de histórico de violencia sexual entre mujeres gestantes y su asociación con la percepción de salud. MÉTODOS: Estudio transversal, con 179 mujeres mayores de 14 años y embarazadas de 14 a 28 semanas, entrevistadas en servicios públicos de salud en Sao Paulo, Sureste de Brasil, entre los años de 2006 y 2007. Los instrumentos utilizados fueron: inventario de violencia sexual, inventario de datos sociodemográficos y cuestionario de calidad de vida relacionada con la salud: "Medical Outcomes 12-Item Short-Form Health Survey" (SF-12 ®). Mujeres con y sin historia de violencia sexual fueron comparadas con respecto a la edad, escolaridad, ocupación, estado civil, color de la piel y autopercepción de salud física y mental. La violencia sexual fue caracterizada en penetrativa o no penetrativa. RESULTADOS: Hubo prevalencia de 39,1% de violencia sexual entre las entrevistadas, siendo 20% del tipo penetrativo, cometida sobretodo por agresores conocidos. En 57% de las mujeres la primera agresión ocurrió antes de los 14 años. No hubo diferencias sociodemográficas entre mujeres que sufrieron y las que no sufrieron violencia sexual. Escores promedios de percepción de salud física entre las entrevistadas con antecedente de violencia sexual fueron menores (42,2; DP=8,3) con relación a las mujeres sin este antecedente (51,0; DP=7,5) (p<0,001). La percepción de salud mental tuvo escores promedio de 37,4 (DP= 11,2) y 48,1 (DP=10,2) (p<0,001), respectivamente para los dos grupos. CONCLUSIONES: Hubo alta prevalencia de violencia sexual entre las embarazadas de los servicios de salud evaluados. Mujeres con antecedente de violencia sexual presentaron peor percepción de salud con relación a las que no presentaban ese antecedente.