JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Entropia espectral, um novo método de análise do EEG, baseado na quantificação do caos do EEG, foi desenvolvido para monitorização da profundidade anestésica. Ele separa a monitorização em dois tipos de análise: entropia de estado (SE), que inclui sinais de baixa freqüência (< 32 Hz) e entropia de resposta (RE), que inclui sinais com freqüência até 47 Hz. O objetivo deste estudo foi comparar os valores de entropia com os do BIS e respostas sub-corticais à intubação orotraqueal, em pacientes submetidos à anestesia geral com sevoflurano. MÉTODO: Participaram do estudo 36 pacientes com idades entre 20 e 44 anos, ASA I, distribuídos em quatro grupos de nove, submetidos à intubação orotraqueal (IOT). Em todos os grupos, a anestesia foi induzida com sevoflurano, associado ou não ao fentanil, de acordo com o seguinte: (G1 = sevoflurano e 2,5 µg.kg-1 de fentanil; G2 = sevoflurano e 5 µg.kg-1 de fentanil; G3 = sevoflurano e 7,5 µg.kg-1 de fentanil e G4 = sevoflurano e solução fisiológica). Foram avaliados os seguintes parâmetros: PAS, PAD, FC, BIS, SE, RE, concentração expirada do sevoflurano (CE) e resposta motora à IOT em três momentos: M1 = imediatamente antes da indução; M2 = imediatamente antes da intubação traqueal e M3 = um minuto após a intubação traqueal. RESULTADOS: Os valores de BIS e SE variaram de maneira linear em todos os grupos, com diferenças significativas entre M2 e M3 nos grupos G1 e G4, tendo ambos (BIS e SE) apresentado valores acima dos limítrofes entre consciência e inconsciência no momento M3 do G4. Em relação ao RE, apenas o G3 não mostrou variações estatisticamente significativas entre os momentos M2 e M3. As variações hemodinâmicas não ultrapassaram valores clinicamente significativos, exceto elevações da FC no G4 entre os momentos M1 e M3 (p < 0,05%). No G1, 66% dos pacientes reagiram as manobras de IOT e 100% no grupo G4. CONCLUSÕES: Este estudo indica que o sevoflurano isoladamente, associado a 2,5 µg.kg-1 ou 5 µg.kg-1 de fentanil, não bloqueia efetivamente as respostas dos componentes cortical e sub-cortical do SNC, sendo a dose de 7,5 µg.kg-1 a melhor associação ao sevoflurano para controle destes componentes anestésicos.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Spectral entropy, a new EEG analysis method based on the quantification of EEG chaos, was developed to monitor anesthetic depth. The spectral entropy involves two distinct types of analysis: state entropy (SE), which includes low frequency signals (< 32 Hz), and response entropy (RE), which includes signals up to 47 Hz. This study aimed at comparing entropy-derived values to BIS-derived values and sub-cortical (autonomic and somatic) responses recorded during tracheal intubation in patients submitted to general anesthesia with sevoflurane. METHODS: Participated in this study 36 patients ASA I, aged 20 to 44 years, assigned to four groups (G1-G4) of nine patients submitted to tracheal intubation (TI). In all groups anesthesia was induced with sevoflurane, associated or not to fentanyl, according to the following regimens: G1 = sevoflurane plus 2.5 µg.kg-1 fentanyl; G2 = sevoflurane plus 5 µg.kg-1 fentanyl; G3 = sevoflurane plus 7.5 µg.kg-1 fentanyl; and G4 = sevoflurane plus saline solution. The following parameters were monitored: SBP, DBP, HR, BIS, SE, RE, sevoflurane expired concentration (EC) and motor response to TI at three moments: M1 = immediately before induction; M2 = immediately before tracheal intubation and M3 = one minute after tracheal intubation. RESULTS: BIS and SE values have linearly varied in all groups, with significant differences between M2 and M3 for Groups 1 and 4. At M3, BIS and SE values in G4 were above those for the threshold between consciousness and unconsciousness. Hemodynamic changes were not clinically significant, with the exception of HR increase between M1 and M3 for G4 (p < 0.05%). In G1, 66% of patients have reacted to TI maneuvers as compared to 100% in G4. CONCLUSIONS: Our findings suggest that sevoflurane alone or in association with 2.5 µg.kg-1 or 5 µg.kg-1 fentanyl does not effectively block CNS cortical and subcortical components responses during tracheal intubation, being sevoflurane plus 7.5 µg.kg-1 fentanyl the best association to control anesthetic components.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Entropía espectral, un novo método de análisis del EEG, fundamentado en la cuantificación del caos del EEG, fue desarrollado para monitorización de la profundidad anestésica. Él separa la monitorización en dos tipos de análisis: entropía de estado (SE), que incluye señales de baja frecuencia (< 32 Hz) y entropía de respuesta (RE), que incluye señales con frecuencia hasta 47 Hz. El objetivo de este estudio fue comparar los valores de entropía con los del BIS y respuestas sub-corticales a entubación orotraqueal, en pacientes sometidas a la anestesia general con sevoflurano. MÉTODO: Participaron del estudio 36 pacientes con edades entre 20 y 44 anos, ASA I, distribuidos en cuatro grupos de nueve, sometidos a la entubación orotraqueal (IOT). En todos los grupos, la anestesia fue inducida con sevoflurano, asociado o no al fentanil, de acuerdo con lo siguiente: (G1 = sevoflurano y 2,5 µg.kg-1 de fentanil; G2 = sevoflurano y 5 µg.kg-1 de fentanil; G3 = sevoflurano y 7,5 µg.kg-1 de fentanil y G4 = sevoflurano y solución fisiológica). Fueron evaluados los siguientes parámetros: PAS, PAD, FC, BIS, SE, RE, concentración expirada del sevoflurano (CE) y respuesta motora a la IOT en tres momentos: M1 = inmediatamente antes de la inducción; M2 = inmediatamente antes de la entubación traqueal y M3 = un minuto después a entubación traqueal. RESULTADOS: Los valores de BIS y SE variaron de manera linear en todos los grupos, con diferencias significativas entre M2 y M3 en los grupos G1 y G4, teniendo ambos (BIS y SE) presentando valores arriba de los limítrofes entre consciencia e inconsciencia en el momento M3 del G4. En relación al RE, apenas el G3 no mostró variaciones estadísticamente significativas entre los momentos M2 y M3. Las variaciones hemodinámicas no ultrapasaron valores clínicamente significativos, excepto elevaciones de la FC en el G4 entre los momentos M1 y M3 (p < 0,05%). En el G1, 66% de los pacientes reaccionaron a las maniobras de IOT y 100% en el grupo G4. CONCLUSIONES: Este estudio indica que el sevoflurano aisladamente, asociado a 2,5 µg.kg-1 o 5 µg.kg-1 de fentanil, no bloquea efectivamente las respuestas de los componentes cortical y sub-cortical del SNC, siendo la dosis de 7,5 µg.kg-1 la mejor asociación al sevoflurano para control de estos componentes anestésicos.