Resumo Muito se fala sobre 1968, “o ano que não terminou”. Revolta da juventude no mundo como um todo – e no Brasil também –, quebra de paradigmas, repulsa a velhos valores e, claro, intensificação do movimento estudantil, principalmente universitário. Mas, e antes de 1968? Os estudantes, que, antes deste ano, haviam “despertado”, passaram a primeira metade da década de 1960 adormecidos? Assim, este trabalho tem por objetivo analisar a organização política dos estudantes do ensino superior, especificamente da cidade de São Paulo, na famosa rua Maria Antônia, onde ficava a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da Universidade de São Paulo (USP), entre 1964 e 1967. Os dados para a realização deste estudo são frutos de pesquisa de doutorado ainda em andamento, cujo objetivo é constituir uma biografia histórica de Iara Iavelberg (1944-1971), militante das organizações revolucionárias contra a ditadura civil-militar.
Abstract Much is said about 1968, “the year that did not end.” Youth rebellion in the whole world – and Brazil as well – paradigms being broken, repulsion to old values, and of course, intensification of the student movement, mainly in universities. But what about before 1968? Did the “awakened” students in 1968 spend the first half of the 1960s asleep? This article aims to analyze the political organization of university students, specifically from São Paulo city, on the famous Maria Antonia Street, where the Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) of the Universidade de São Paulo (USP) was located from 1964 to 1967. Data used in this article are the result of a Ph.D. research still in progress, aiming to write a historical biography of Iara Iavelberg (1944-1971), militant of revolutionary organizations against the civil-military dictatorship.