Resumo Neste estudo, três tratamentos contra a leishmaniose felina (FeL) e seus impactos na transmissão de Leishmania infantum ao vetor, Lutzomyia longipalpis, foram avaliados. Um gato com sinais clínicos de FeL foi examinado e L. infantum detectada. Submetido ao xenodiagnóstico, verificou-se a transmissão de L. infantum aos vetores. O gato foi então tratado com três medicamentos diferentes e a melhora clínica e transmissibilidade do parasito ao vetor foram avaliadas. Foram observadas leishmanias em 21/52 fêmeas de flebotomíneos (40,38%) no xenodiagnóstico antes dos tratamentos. Os sinais clínicos persistiram após o primeiro tratamento com marbofloxacina, e o gato permaneceu positivo em testes sorológicos, moleculares e parasitológicos. Na sequência, o gato foi tratado com miltefosina, mas continuou doente e com testes positivos. Um segundo xenodiagnóstico foi realizado um mês após o tratamento com miltefosina. Observaram-se promastigotas em 5/9 fêmeas (55,55%). Por fim, o gato foi tratado com alopurinol, o que o levou a uma boa melhora clínica, mas sem cura parasitológica, e um xenodiagnóstico final detectou promastigotas em 2/29 (6,89%) fêmeas. Os resultados mostraram que somente o tratamento com alopurinol produziu uma boa resposta clínica, mas nenhum dos tratamentos conseguiu eliminar a infecção por L. infantum ou impedir sua transmissão ao vetor.
Abstract In this study, an evaluation was made of three treatments against feline leishmaniosis (FeL) and their impacts on the transmission of Leishmania infantum to its vector, Lutzomyia longipalpis. A cat with clinical signs of FeL was examined and L. infantum diagnosed. Subsequently, the cat was subjected to xenodiagnosis and L. infantum detected in the vectors. The cat was then treated with three different drugs and the clinical improvement and parasite transmissibility to the vector were evaluated. Promastigotes were observed in 21/52 female sandflies (40.38%) in a xenodiagnosis prior to the treatments. Clinical signs persisted after the first treatment with marbofloxacin, and the cat remained positive in serological, molecular, and parasitological tests. Therefore, the cat was treated with miltefosine but remained sick and tested positive. A second xenodiagnosis was performed a month after treatment with miltefosine, and promastigotes were observed in 5/9 females (55.55%). Lastly, the cat was treated with allopurinol, which led to good clinical improvement, but it remained positive, and a final xenodiagnosis revealed Leishmania in 2/29 (6.89%) females. The results showed that only treatment with allopurinol produced a good clinical response, but none of the treatments succeeded in eliminating L. infantum infection or preventing transmission to the vector.