O objetivo do trabalho foi relacionar a diversidade genética medida a partir de três diferentes marcadores moleculares, com a variação genética quantitativa de caracteres poligênicos, estimada em ensaio de progênies, sob condições controladas. As progênies, oriundas de dez subpopulações naturais de cagaiteira do sudeste de Goiás, foram avaliadas em experimento em blocos completos casualizados, com quatro repetições e uma planta por parcela. Foram estimadas a herdabilidade ao nível de média de progênies (h mi ²) e o coeficiente de variação genética (CVgi) de cada subpopulação para a altura da planta e o diâmetro do fuste, por quatro anos, bem como para as respectivas taxas de crescimento. Estimativas da diversidade gênica (Hei) e do índice de fixação (f i) foram obtidas com dados de marcadores codominantes e dominantes. Correlação linear e regressão múltipla foram usadas para inferir sobre a associação entre a divergência quantitativa e molecular nos níveis intra e interpopulacional, A fraca correlação entre as medidas de divergência obtidas com marcadores moleculares dominantes e codominantes reduziu a expectativa de correlação positiva entre essas medidas e a diversidade quantitativa. Em geral, não foi confirmada a possibilidade de usar com segurança medidas de divergência molecular intrapopulacional para inferir a variação genética de caracteres quantitativos no nível de precisão que prevaleceu. Com o marcador baseado em maior número de locos (RAPD), verificou-se a possibilidade de uma inferência desse tipo. Em nível interpopulacional, encontrou-se associação mais pronunciada entre a divergência molecular e a quantitativa.
This research aimed to measure the association between molecular diversity and the genetic variation of quantitative traits, estimated from a progeny trial, under controlled conditions. Ten natural subpopulations of cagaita tree from the southeast of Goiás State, Brazil, were investigated. The maternal families were evaluated in a trail using the randomized complete block design with four replications and a single tree per plot. Quantitative data were analyzed estimating the coefficient of heritability (h mi² ), on a progeny mean basis and the genetic coefficient of variation (CVgi) for each subpopulation. The traits considered were: plant height and the respective diameter and the corresponding annual rates of increment. Estimates of gene diversity (Hei) and fixation index (f i), available for the same subpopulations, based on isozymes, SSR and RAPD markers, were taken for comparison. Simple linear correlation and multiple regression analysis were used for measuring the association between those estimates on intra and interpopulation level. The weak correlation between gene diversity estimated with codominant and dominant markers reduced the expectation of a good correlation between those statistics and the genetic variation of the quantitative traits. In general, the possibility to infer the magnitude of quantitative variation within subpopulations, based on molecular gene diversity, was not confirmed. RAPD results were more promising, indicating the importance to have an adequate genomic coverage in this kind of research. On the other hand, the interpopulation level, a much better association was detected for all markers. The possibility of predicting quantitative variation based on molecular information was, therefore, not excluded.