A conservação de hortaliças minimamente processadas em baixas temperaturas, em associação com o uso de embalagens adequadas, continua sendo uma das soluções tecnológicas utilizadas para minimizar ou retardar as mudanças que ocorrem durante a conservação. Foram estudadas as alterações físico-químicas causadas logo após o processamento mínimo e durante a conservação de folhas de couve-comum (Brassica oleracea var. acephala) inteiras e minimamente processadas, mantidas em sacos de polipropileno de 50 µm de espessura, com perfurações de 810 µm de diâmetro. As folhas foram conservadas por 15 e 9 dias, a 5 e 10± 1ºC, respectivamente. Logo após o processamento mínimo observou-se perda de clorofilas totais, açúcares solúveis, amido e aminoácidos solúveis. As taxas de degradação e/ou utilização da clorofila total, ácido ascórbico, açúcares solúveis e amido durante a conservação das folhas inteiras e minimamente processadas mantidas a 5 e/ou 10± 1ºC foram semelhantes, com exceção para perda de massa fresca e aminoácidos solúveis. As folhas minimamente processadas apresentaram perda de massa fresca quase duas vezes superior às folhas inteiras com nove dias de conservação, independentemente da temperatura. Um aumento transitório no teor de aminoácidos solúveis no final da conservação também foi observado em folhas minimamente processadas. O aumento da temperatura de conservação para 10ºC potencializou as alterações químicas tanto em folhas inteiras e minimamente processadas, resultando em elevadas taxas de degradação e/ou utilização de clorofilas, ácido ascórbico, açúcares e amido, além de estimular o acúmulo de aminoácidos solúveis. É necessária a contínua busca de embalagens alternativas àquelas existentes para couve minimamente processada, associado à conservação em baixas temperaturas, para simular as condições de distribuição e comercialização e, assim, minimizar as alterações físico-químicas que reduzem a qualidade do produto final.
The storage of minimally processed vegetables at low temperatures, in association with proper packaging, represents one of the available technological solutions to mitigate the variations that hinder the quality of final products during storage. We studied the physicochemical variations that occur straight after minimal processing, as well as those that occur during the storage of minimally processed and intact leaves of collard greens (Brassica oleracea var. acephala), stored in 50-µm thick polypropylene bags, with 810-μm diameter perforations. Leaves were stored for 15 and 9 days, at 5 and 10± 1ºC, respectively. There were losses of total chlorophyll, soluble sugars, starch, and soluble amino acids immediately after the minimal processing. The rates of degradation and/or use of chlorophyll, ascorbic acid, soluble sugars, and starch during storage were similar on minimally processed and intact leaves, independently of the storage temperature. On contrary, fresh mass loss was almost two fold larger in minimally processed leaves after nine days of storage, regardless of temperature. We also observed a transient increase in the content of soluble amino acids at the end of storage in minimally processed leaves. The increase in the storage temperature to 10°C enhanced the chemical variations both in minimally processed and intact leaves. As consequence, the rates of degradation and/or use of chlorophyll, ascorbic acid, sugars and starch mounted, and the accumulation of soluble amino acids was stimulated. We concluded that it is necessary to keep on searching for alternative packaging for minimally processed collard greens, and to associate it with storage at low temperatures, but mimicking distribution and commercialization conditions of the cold-chain. Thus, we can succeed in adequately reducing the physicochemical variations that induce quality losses in minimally processed vegetables.