Não nascemos pais, tornamo-nos pais... A parentalidade se fabrica com ingredientes complexos. Alguns deles são coletivos, mudam com o tempo; outros são históricos, jurídicos, sociais e culturais. Outros são mais íntimos, privados, conscientes ou inconscientes, pertencem a cada um dos dois pais enquanto pessoas e enquanto futuros pais, ao casal, à própria história de cada um. Aqui se joga o que é transmitido e o que se esconde, os traumas infantis e a maneira pela qual cada um os cicatrizou. Resta uma outra série de fatores que pertencem à própria criança que transforma seus genitores em pais. Alguns bebês são mais bem dotados do que outros: alguns nascem em condições que tornam essa tarefa mais fácil, outros, por suas condições de nascimento (prematuridade, sofrimento neonatal, handicap físico ou psíquico...) devem vencer vários obstáculos e desenvolver estratégias múltiplas e custosas para entrar em relação com o adulto siderado. A partir da clínica trans-cultural este texto analisa esses diferentes níveis de construção e as modalidades terapêuticas possíveis, quando aparecem os percalços da parentalidade.
We are not born parents, we become parents… The parenthood is fabricated with complex ingredients. Some ingredients are collective, they change with time, and they can be historic, legal, social and cultural. Others are the more private, conscious or subconscious, that belong to each of the parents. Here is where it becomes important what is transmitted between generations and what is hidden, such as childhood traumas and the way each person healed them. There are, as well, many factors that belong to the child that transforms the biological parents into real parents. Some babies are born in better health than others. The ones that have a condition (pre-maturity, suffering while inside the womb, physical or mental handicap) must surpass various obstacles and develop multiple strategies to start normal relationships as an esteemed adult. This text analyses, from the perspective of a trans-cultural clinic, the different levels of construction and the possible therapeutic modalities when there are difficulties in parenthood.
No nacemos padres, nos tornamos padres. La paternidad se fabrica con ingredientes complejos. Algunos de ellos son colectivos, cambian con el tiempo, otros son históricos, jurídicos, sociales e culturales. Otros son más íntimos, privados, concientes o inconcientes, pertenecen a cada uno de los dos padres en tanto personas o en tanto futuros padres, a la pareja, a la propia historia de cada uno. Aquí se juega lo que es trasmitido y lo que se esconde, los traumas infantiles y la manera en que cada uno los cicatrizó. Queda otra serie de factores que pertenecen al propio niño que transforma sus genitores en padres. Algunos bebés son mejor dotados de lo que otros, por sus condiciones de nacimiento (prematuridad, sufrimiento neonatal, handicap físico o psíquico) deben vencer varios obstáculos y desenvolver estrategias múltiples y costosas para entrar en relación como o adulto “siderado”. A partir de la clínica transcultural este texto analiza los diferentes niveles de construcción y la modalidades terapéuticas posibles, cuando aparecen tropiezos de la paternidad.
On ne naît par parents, on le devient... La parentalité cela se fabrique avec des ingrédients complexes. Certains sont collectifs, changent avec le temps, ceux-là sont historiques, juridiques, sociaux et culturels. D’autres sont plus intimes, privés, conscients ou inconscients, ils appartiennent à chacun des deux parents en tant que personne et en tant que futur parent, au couple, à la propre histoire de chacun. Ici se joue ce qui est transmis et ce que l’on cache, les traumas infantiles et la manière dont chacun les a colmatés. Reste une autre série de facteurs qui appartiennent à l’enfant lui-même qui transforme ses géniteurs en parents. Certains bébés sont plus doués que d’autres, certains naissent dans des conditions qui leurs facilitent cette tâche, d’autres par leurs conditions de naissance (prématurité, souffrance néonatale, handicap physique ou psychique...) doivent vaincre bien des obstacles et déployer des stratégies multiples et coûteuses pour entrer en relation avec l’adulte sidéré. A partir de la clinique transculturelle ce texte analyse ces différents niveaux de construction et les modelités thérapeutiques possibles quand apparaissent des avatars de la parentalité.