The Covid-19 pandemic made the social inequality scenario in Brazil even more visible, shedding light onto the worsening of precarious and vulnerable situations within different regions and contexts. Our paper places gender issues and the socio-spatial inequalities experienced by Northeastern women from traditional and family farming communities at the center of these situations. In order to find out their main difficulties in accessing emergency assistance, we interviewed 74 women who informed us that in addition to being exposed to the risk of contamination by the coronavirus, rural-urban mobility posed a major obstacle to accessing such policies. We came to the conclusion that the federal government's neglect of poor, rural, black and, above all, female populations in the countryside is based upon a widespread structure of state violence.
La pandemia del Covid-19 visibilizó aún más el escenario de desigualdad social brasileña, destacando el agravamiento de situaciones de precariedad y vulnerabilidad en diferentes regiones y contextos. Este artículo se centra en cuestiones de género y las desigualdades socioespaciales que experimentan las mujeres nordestinas de las comunidades tradicionales y de la agricultura familiar. Para conocer las dificultades para acceder al auxilio por la situación emergencial de la pandemia, entrevistamos a 74 mujeres que destacaron la movilidad rural-urbana como un obstáculo para el acceso a las políticas sociales, además de estar expuestas al riesgo de contaminación por el coronavirus. Concluimos que el desprecio del gobierno federal por la población pobre, rural, negra y, sobre todo, femenina, de ciudades del interior, se configuró bajo la égida de la violencia estatal.
A pandemia de Covid-19 visibilizou ainda mais o cenário da desigualdade social brasileira, destacando o agravamento das situações de precariedade e vulnerabilidade em diferentes regiões e contextos. Este artigo coloca no centro as questões de gênero e as desigualdades socioespaciais vivenciadas por mulheres nordestinas de comunidades tradicionais e da agricultura familiar. A fim de conhecer as dificuldades no acesso ao auxílio emergencial, entrevistamos 74 mulheres que destacaram a mobilidade rural-urbana como entrave ao acesso às políticas sociais, além da exposição ao risco de contaminação pelo coronavírus. Concluímos que o descaso do governo federal com populações pobres, rurais, negras e, sobretudo, mulheres de cidades interioranas, configurou-se sob a égide de uma violência de Estado.