Resumo O fim da conversibilidade do dólar em ouro deu azo a um importante debate entre teóricos marxistas, em torno da atual natureza do dinheiro inconversível. Tendo em vista a especificidade da análise marxiana acerca da gênese, da essência e dos papéis desempenhados pelo dinheiro no interior da dinâmica da acumulação de capital, um ponto chave do debate diz respeito à sua atual validade. Constata-se que expressiva parte das interpretações marxistas acabam por se ater a determinações específicas e parciais do conceito de dinheiro, dissociando-o do conceito de capital. Em oposição a essa tendência, neste artigo procuramos apresentar relevantes “passos” desse conceito, para na sequência, à luz do evolver histórico, realizar uma breve incursão crítica pelo debate marxista contemporâneo em torno do tema, devotando atenção sobretudo às contribuições brasileiras. Esforça-se aí em apontar as virtudes e as deficiências de certas abordagens representativas, e se identifica nas análises de Prado (2013, 2016a, 2016b) um caminho para a solução de algumas controvérsias.
Abstract The end of the convertibility of the dollar into gold gave rise to considerable debate among Marxist theorists, regarding the current nature of money (devoid of substance). In view of the specificity of the Marxian analysis about the genesis, the essence and the roles of money within the dynamics of accumulation of capital, a key point of debate concerns its current validity. It is noted that a significant number of the Marxist interpretations remain close to specific and partial determinations of the concept of money, dissociating it from the concept of capital.The present article, in opposition to this trend, shows the relevant “steps” of this concept, to sequentially, in light of the historical evolve, carry out a brief critical incursion by the contemporary Marxist debate around the subject, devoting particular attention to Brazilian contributions. We strive to point out the virtues and deficiencies of certain representative approaches and identify, in analyses carried out by Prado (2013, 2016a, 2016b), a path towards the solution to some of the controversies.