Foram examinadas prospectivamente189 amostras cervicais de mulheres sintomáticas e assintomáticas. Foram colhidas 2 amostras do canal endocervical, das quais uma foi examinada pela reação de imunofluorescência direta (IFD) com anticorpo monoclonal (MicroTrak), para verificação da adequação das amostras. A segunda amostra foi inoculada em cultura de células McCoy. Uma terceira amostra foi coletada para pesquisa de anticorpos das classes IgG e IgA. A Chlamydia trachomatis foi isolada de 14/166 (8,4%) das mulheres com sintomas e de 3/23 (13%) daquelas sem sintomas. Observamos que as 152 mulheres do grupo sintomático, com cultura negativa, possuiam sintomas equivalentes. Em relação ao número de células epiteliais, verificou-se que 13 das 17 (76,5%) amostras endocervicais positivas pela cultura e pela IFD, todas apresentavam mais de 5 células. Tomando-se como critério de positividade títulos <FONT FACE="Symbol">³</FONT> 1:8, foram detectados anticorpos das classes IgG e/ou IgA específicos para C. trachomatis em 11/189 (64,7%) das 17 mulheres com cultura positiva. Conclusões: a) não existe sintoma que seja específico de infecção por clamídia (p > 0,05); b) a quantidade de células epiteliais representariam fator de interferência na positividade da cultura, sendo, portanto, variáveis dependentes (p < 0,001); c) a pesquisa de anticorpos na cérvice não poderia ser utilizada como diagnóstico alternativo, pois a sua detecção depende da fase evolutiva da infecção e da resposta imunitária individual.
In order to evaluate the occurrence of Chlamydia trachomatis, we have examined samples of cervical swabs from 189 women (166 of which were symptomatic and the remaining 23 were asymptomatic with regard to chlamydial infection. Two specimens from the endocervical channel were collected and examined by immunofluorescent assay (DIF) and Chlamydia isolation. Detection of IgG and IgA antibodies specific to C. trachomatis was also effected by indirect immunofluorescent assay (IIF), in a cervical secretion sample. We succeeded in isolating chlamydia in 14 (8.4%) symptomatic and 3 (13%) asymptomatic women. The observation that the 152 symptomatic patients with negative results from chlamydia culture presented similar symptoms of disease, indicating that there is no specific symptom for genital infection caused by Chlamydia (p > 0.05). All the 13 (76.5%) positive endocervical specimens, as determined by cell culture and DIF reaction, presented more than 5 epithelial cells in the smears. These cells may represent an interference factor to the positivity of cell culture (p < 0.001). Antibodies of the IgG and/or IgA classes were detected in 11 (64.7%) out of 17 women with positive chlamydia culture, considering as positive the IIF titre of <FONT FACE="Symbol">³</FONT> 8. Consequently, this method can not be used as an alternative means of diagnosis, particularly in the earlier stages of chlamydial genital infections, since the presence of the antibodies depends on the phase of the infection and on the individual humoral immune response.