Resumo O Jardim Terapêutico pode ser conceituado como um espaço planejado para promover benefícios relacionados ao bem-estar físico, psicológico, cognitivo e social dos usuários, por meio do contato passivo ou ativo com a natureza. Esta revisão explora a função terapêutica dos jardins, abrangendo sua evolução histórica, fundamentos teóricos, conceitos, benefícios, usos e diretrizes de projeto. Os atributos terapêuticos das plantas são reconhecidos desde a antiguidade, sustentando a crença de que a natureza constitui um agente primordial na promoção do bem-estar. Essa convicção ganhou força durante a Idade Média, com os jardins do claustro, que buscavam a cura por meio da comunhão com a natureza. No entanto, essa relação diminuiu durante o Renascimento, ressurgindo apenas no século XVIII no âmbito da arquitetura hospitalar, ressaltando a necessidade de restabelecer os jardins terapêuticos como um complemento indispensável para a cura dos pacientes. Nos últimos tempos, houve um ressurgimento da busca pela reconexão com a natureza, impulsionado por pesquisas científicas que destacam os inúmeros benefícios para a saúde da exposição à natureza, o que fundamentou várias teorias, como a Teoria dos Jardins de Apoio, Jardins Restauradores e Jardins de Cura. Esses estudos pioneiros abriram caminho para outras pesquisas que exploram as vantagens psicológicas, físicas e sociais dos jardins. Os projetos de jardins terapêuticos devem priorizar as necessidades dos usuários, com base em uma abordagem multidisciplinar fundamentada em princípios de projeto baseados em evidências. No entanto, definições específicas sobre sua forma e função permanecem indefinidas, permitindo uma diversidade de atividades e adaptabilidade para atender as diferentes necessidades dos usuários.
Abstract The Therapeutic Garden can be conceptualized as a designated space engineered to engender benefits on physical, psychological, cognitive, and social well-being of its users, facilitated through either passive or active engagement with nature. This review explores the therapeutic function of gardens, encompassing their historical evolution, theoretical underpinnings, concepts, benefits, uses and design guidelines. The therapeutic attributes of plants have been acknowledged since antiquity, underpinning the belief that nature constitutes a primary agent in fostering well-being. This conviction gained traction during the Middle Ages, by the cloister gardens, which sought healing through a communion with nature. Nonetheless, this relationship waned during the Renaissance, only to resurface in the 18th century within the realm of hospital architecture, underscoring the necessity of reinstating therapeutic gardens as an indispensable adjunct for healing patients. In recent times, there has been a resurgence in the quest to reconnect with nature, driven by scientific research highlighting the myriad health benefits of nature exposure, that fundamental various theories such as the Supportive Gardens Theory, Restorative Gardens, and Healing Gardens. These pioneering studies have paved the way for further research exploring the psychological, physical, and social advantages of gardens. Designs for therapeutic gardens should prioritize user needs, drawing from a multidisciplinary approach rooted in evidence-based design principles. However, specific definitions regarding their form and function remain elusive, allowing for a diversity of activities and adaptability to cater to different users.