O presente trabalho parte da premissa de que o suspense, tal como representado na obra do cineasta Alfred Hichtcock, figurabiliza um modo de funcionamento do aparelho psíquico análogo àquele demarcado no modelo freudiano. Ao articular o cinema de Hitchcock à dimensão da imagem em Freud propõe evidenciar determinada autonomia do registro imagético na teoria freudiana. Se a práxis psicanalítica tem na linguagem seu aporte fundamental, não podemos nos esquecer de que a imagem produz também seus efeitos psíquicos, sobretudo no instante em que excede o registro da linguagem. Nesse sentido, nos apoiamos nas articulações de Hitchcock para desvelar as formas de representação relativas à imagem que se apresentam na teoria psicanalítica. À vista disto, desloca-se o ponto de vista de usar a psicanálise como instrumento teórico para pensar o cinema em direção a uma perspectiva em que a imagem fílmica pode oferecer visibilidade aos processos psíquicos conhecidos apenas pelos seus efeitos. Desse modo, é a construção cinematográfica que nos auxilia a vislumbrar as formações do inconsciente demarcadas no texto freudiano.
This present work assumes that suspense, as represented in the work of filmmaker Alfred Hichtcock, produces images of a way the psychic apparatus works analogous to the one marked by the Freudian model. By articulating Hitchcock films to the dimension of image in Freud, we seize to highlight a certain autonomy of the imagetic registry in Freudian theory. If psychoanalytic praxis has in its praxis its fundamental contribution, we cannot forget that images also produce psychic effects, especially in circumstances where it exceeds the record of language. Therefore, we do not wish to use psychoanalysis as a theoretical tool for thinking the film but aim at a perspective where the filmic image can offer visibility to psychic processes known only by its effects. Thus, the cinematic construction helps us to glimpse the unconscious formations present in Freudian texts.
Este trabajo parte de la premisa de que el suspense, como se representa en la obra del cineasta Alfred Hichtcock, figurabiliza un modo de funcionamiento del aparato psíquico análogo al demarcado en el modelo freudiano. Al articular el cine de Hitchcock con la dimensión de la imagen en Freud, se propone evidenciar certa autonomía del registro de imágenes en la teoría freudiana. Si la praxis psicoanalítica tiene en el lenguaje su contribución fundamental, no podemos olvidar que la imagen también produce sus efectos psíquicos, especialmente el instante en el que supera el registro de la lengua. En este sentido, apoyamos las articulaciones de Hitchcock para revelar las formas de representación, relativas a la imagen, que está presente en la teoría psicoanalítica. En vista de esto, se mueve el punto de vista de utilizar el psicoanálisis como herramienta teórica para pensar el cine em dirección a una perspectiva donde la imagen filmada puede proporcionar visibilidad a los procesos psíquicos conocidos sólo por sus efectos. Por lo tanto, es la construcción cinematográfica que nos ayuda a vislumbrar las formaciones del inconsciente demarcadas en el texto freudiano.