Objetivos: A ejaculação prematura (EP) é a disfunção sexual masculina mais frequente e a sua prevalência ronda os 20-30%. Nos últimos anos, várias alternativas farmacológicas têm sido usadas no tratamento da EP. Um dos tratamentos usados, on demand, que recentemente mostrou ser promissor no tratamento da EP primária é o tramadol. Contudo, há estudos que demonstram resultados inconsistentes relativamente ao seu uso. Assim, este estudo teve como objetivo rever a evidência mais atual sobre a eficácia e a segurança do uso do tramadol no tratamento da EP. Fontes de dados: National Guideline Clearing House, NICE, Canadian Medical Association Practice Guidelines, DARE, Cochrane, PubMed e TRIP Database. Métodos de revisão: Pesquisa de metanálises (MA), revisões sistemáticas (RS), estudos observacionais e normas de orientação clínica/guidelines baseadas na evidência (NOC), publicadas em português, espanhol e inglês, utilizando os termos MeSH tramadol e premature ejaculation. Foi utilizada a escala Strength of Recommendation Taxonomy (SORT) da American Academy of Family Physicians para atribuição dos níveis de evidência e forças de recomendação. Resultados: Foram obtidos 56 artigos e, destes, sete cumpriram os critérios de inclusão: duas NOC, quatro MA e uma RS. A maioria dos estudos revelou que o uso do tramadol é efetivo relativamente ao placebo, mas não quando comparado com a paroxetina. Porém, as diferentes metodologias aplicadas nos vários estudos contribuíram para a heterogeneidade dos resultados, diminuindo a firmeza das conclusões obtidas. Conclusão: Perante a evidência disponível, esta revisão permitiu-nos concluir que a utilização do tramadol no tratamento da EP apresenta evidência limitada (Força Recomendação B). Serão necessários estudos futuros de elevada qualidade, envolvendo um maior número de indivíduos e com critérios de inclusão semelhantes e uniformização dos outcomes avaliados, de forma a obter conclusões sustentadas sobre o uso de tramadol a longo prazo.
Objective: Premature ejaculation (PE) is the most prevalent male sexual dysfunction, affecting 20-30% of all men. In recent years, many pharmacological alternatives have been used to treat PE. One of the treatments that has recently proved to be promising in the treatment of PE is on demand use of tramadol. However, some studies have showed inconsistent results regarding its use. Thus, the aim of this study was to review the most current evidence on the efficacy and safety of tramadol in the treatment of PE. Data sources: National Guideline Clearing House, NICE, Canadian Medical Association Practice Guidelines, DARE, Cochrane, PubMed and TRIP Database. Methods: We searched for meta-analyses systematic reviews, observational studies and clinical guidelines / evidence-based guidelines published in Portuguese, Spanish and English, using the MeSH terms ‘tramadol' and ‘premature ejaculation'. The Strength of Recommendation Taxonomy (SORT) scale of the American Academy of Family Physicians was used to assign levels of evidence and strength of recommendations. Results: Fifty six articles were found and, amongst these, seven met the inclusion criteria: two clinical practice guidelines, four meta-analyses, and one systematic review. Most studies showed that the use of tramadol is effective when compared to placebo, but not when compared with the use of paroxetine. However, the use of different methodologies contributed to the heterogeneity of the results, reducing the strength of the conclusions obtained. Conclusion: According to the evidence, this review allowed us to conclude that the use of tramadol in the treatment of PE has limited evidence (SORT B). Further studies of high quality, including a greater number of individuals with homogenous inclusion criteria and outcomes are needed in order to obtain stronger conclusions about the long term use of tramadol in the treatment of PE.