Com o objetivo de verificar a possível presença da esquistossomose mansoni na mesorregião Noroeste de Minas, área do estado de Minas Gerais até o momento considerada indene para aquela parasitose, foi realizado um levantamento malacológico e um diagnóstico coproscópico nos 13 municípios da mesorregião. Foram coletados e examinados 3.627 planorbídeos, identificados como Biomphalaria straminea em sete municípios (Unaí, Bonfinópolis de Minas, Paracatu, João Pinheiro, Vazante, Lagamar e Lagoa Grande) e B. peregrina em um ( Presidente Olegário). Os moluscos estavam negativos para S. mansoni. O exame coproscópico, pelo método Kato-Katz, foi realizado em 3.283 estudantes do 1o grau da rede estadual de ensino. Quatro estudantes foram diagnosticados com esquistossomose nos municípios de Buritis, Formoso, Paracatu e Unaí. Entretanto, nenhum dos casos foi considerado autóctone. Podemos concluir que a mesorregião do Noroeste de Minas continua livre da esquistossomose, mas a presença de hospedeiros intermediários de S. mansoni, associados a migrantes portadores da doença enfatiza a necessidade de implantação de um programa de vigilância epidemiológica na mesorregião Noroeste de Minas com o objetivo de prevenir a introdução da esquistossomose.
This study was conducted to assess the presence of schistosomiasis mansoni in the "Noroeste de Minas" mesoregion, an area considered non-endemic. A malacologic survey and parasitologic stool examinations were undertaken in 13 municipalities of the mesoregion. A sample of 3,283 primary school students was submitted to fecal examination by the Kato-Katz method. A total of 3,627 planorbids was collected and examined. The molluscs were identified as Biomphalaria straminea in seven municipalities (Unaí, Bonfinópolis de Minas, Paracatu, João Pinheiro, Vazante, Lagamar and Lagoa Grande) and as Biomphalaria peregrina in one (Presidente Olegário). All planorbids were negative for Schistosoma mansoni. Four students were diagnosed with schistosomiasis in the municipalities of Buritis, Formoso, Paracatu and Unaí, but none of these cases was considered autochthonous. The data obtained indicate that the "Noroeste de Minas" mesoregion continues to be non-endemic for schistosomiasis mansoni, although the presence of intermediate hosts associated with parasitized individuals emphasizes the need for epidemiological surveillance of schistosomiasis in this mesoregion.