OBJETIVOS: Avaliar a adesão dos escolares do primeiro ano do ensino fundamental ao uso do primeiro par de óculose identificar barreiras ao uso da correção óptica. MÉTODOS. Foi realizado um estudo transversal descritivo em população de 62 escolares do primeiro ano do ensino fundamental da cidade de Santana do Ipanema (Alagoas) que tiveram a prescrição do primeiro par de óculos durante a realização da Campanha "olho no Olho-2002". Para a escolha da armação dos óculos utilizou-se um kit composto por armações de três tamanhos (pequeno, médio e grande), um modelo com cor sugestiva para o sexo feminino, um sugestivo para o sexo masculino e outro unissex. Após 3 meses da entrega dos óculos, voltou-se as escolas públicas, em data previamente marcada, quando as crianças responderam a um questionário com questões abertas sobre a melhora ou piora da visão com os óculos, razões do não uso dos óculos, frequência do uso dos óculos, razões de gostar ou não dos óculos, comentários sobre o que os seus colegas de classe e seus pais pensam sobre o uso dos óculos e se tem familiar usuário de óculos. Para o processamento dos dados foi construído um banco de dados com o software Access do Office 2000. As análises estatísticas foram feitas com o programa SPSS 10.0. RESULTADOS: A idade, o sexo, ter familiar usuário de óculos e AV sem correção menor do que 1,0 em ambos os olhos, ou AV sem correção 1,0 em pelo menos um dos olhos, não influenciaram na adesão ao uso dos óculos. Os comentários dos colegas de classe sobre o uso de óculos foram principalmente negativos (45,16%), enquanto o dos pais foram principalmente positivos (79,03%). O gostar dos óculos influenciou na adesão ao uso dos óculos. As razões apontadas pelos que não gostaram dos óculos foram dificuldade de ajuste da armação no rosto e preconceito dos colegas de classe. CONCLUSÃO: A adesão ao primeiro par de óculos tem pouco a ver com a melhora da AV e muito com o mundo social da criança. Os principais fatores relacionados com a adesão parecem ser uma armação de óculos bem adaptada à face e a aprovação pelos colegas estudantes.
PURPOSE:To evaluate the acceptance of initial spectacle wear by children in their first year at a public primary school, andto identify barriers in the use of optical correction. METHODS: A descriptive cross-sectional study was performed. The study group consisted of 62 children in their first year at primary school in the town of Santana do Ipanema (State of Alagoas, Brazil). The children had been referred to ophthalmological examination following visual acuity (VA) screening in "Olho no Olho-2002" (Eye to Eye - 2002), a public health campaign jointly sponsored by the Brazilian Ministry of Health and the Brazilian Ophthalmologic Council. The children chose spectacle frames from a kit containing small, medium and large sizes, in three fashionable designs aimed at girls, boys and a unisex style. Three months after spectacle delivery the children were asked to fill in a questionnaire on: vision improvement or worsening after wearing the spectacles; reasons for and against wearing them; frequency of spectacle wear; reasons for liking or disliking the spectacles; peers, parents and relatives opinion on spectacle wear and how many, if any, relatives/family members wore spectacles. A database for processing the results was built using Access Office 2000 software. Statistical analysis were performed with SPSS 10.0 program. RESULTS: Age, sex, spectacle-wearing relatives, uncorrected VA under 1.0 (20/20) in both eyes and uncorrected 1.0 (20/20) VA in at least one eye did not affect acceptance. Comments from peers about spectacles were unfavourable in 45.16% of cases while those from parents were favourable in 79.03%. Enthusiasm for wearing spectacles favoured acceptance. Poor frame to face adjustment and peer disapproval were the main reasons cited for spectacle rejection. CONCLUSION: Vision improvement apparently bears no relation to acceptance. Rather, good frame fit and peer approval seems to be the determinant factors for spectacle wear.