Nos últimos anos, a obesidade assumiu proporções epidêmicas, relacionando-se aos fatores de risco cardiovasculares e também ao aparecimento de alterações posturais, tanto no adulto como em crianças e adolescentes. O objetivo do presente estudo foi identificar e comparar a frequência de alterações posturais e dor em escolares obesos e não obesos de acordo com o gênero. Foram analisadas 51 crianças e adolescentes, de 9 a 17 anos, de ambos os sexos, divididas em dois grupos: obesos (n=33) e não-obesos (n=18), estes foram posteriormente subdivididos por sexo para as análises. A partir da massa corporal e da estatura, foi calculado o índice de massa corporal (IMC). Utilizou-se questionário elaborado pelos autores e validado em conteúdo para avaliar a presença ou não de dor. Foram avaliados desvios posturais de ombro, cabeça e joelho, pelo uso de fotometria para análise angular e de dimensão. Os meninos obesos apresentaram maiores alterações posturais do que os não-obesos somente na região do joelho (p<0,01). Entre as meninas, não houve diferença para nenhuma das regiões. A frequência de dor nas meninas obesas foi significativamente maior do que nas não-obesas (p<0,05). Conclui-se que as alterações não são exclusivas dos indivíduos obesos, mas o excesso de peso pode acentuar esses desvios. Mais estudos são necessários para diagnosticar, já na infância, essas alterações, possibilitando intervenção precoce e boa postura na vida adulta.
Obesity has reached epidemic proportions over recent years and is related to cardiovascular risk factors, as well as to the occurrence of postural changes in adults, children and adolescents. The objective of this study was to identify the prevalence of postural abnormalities and pain in schoolchildren. Fifty-one children and adolescents of both genders aged 9-17 years were divided into an obese (n = 33) and a non-obese group (n = 18). Weight and height were measured to calculate the body mass index. A questionnaire was used to assess the presence or absence of pain. Postural deviations of the shoulder, head and knees were analyzed by photometry using the Corel Draw12 software for the determination of angular measures and size. Obese boys showed greater postural changes in the region of the knees than non-obese ones (p<0.001). No significant differences in any of the regions analyzed were observed for girls. On the other hand, the prevalence of pain was significantly higher among obese girls than among non-obese girls. We conclude that postural changes are not limited to obese children, but excess weight may increase this deviation. Further studies are needed to diagnose these changes during childhood in order to permit early intervention and good posture in adult life.