Este artigo analisa a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na regulação assistencial do setor entre 2000 e 2018. Por meio de análise documental, caracterizaram-se as principais iniciativas dessa dimensão regulatória nos cinco mandatos da diretoria da ANS no período. Ademais, o estudo explora as normas legais e infralegais relacionadas ao tema e as principais ações da ANS para a garantia das coberturas e a qualificação da assistência ofertada por operadoras e prestadores de serviços. Essas normativas foram organizadas em três eixos de regulação assistencial: rol de procedimentos e eventos em saúde e cobertura assistencial; segmentação assistencial; e iniciativas de promoção à saúde, prevenção de doenças e qualificação da assistência. Observa-se que as medidas de regulação assistencial implementadas seguiram uma tendência de continuidade, em que pese a variação de orientações políticas e trajetórias profissionais de seus diretores-presidentes ou a configuração da diretoria colegiada. Isso pode ser atribuído a fatores como a profissionalização da regulação e o estabelecimento do arcabouço institucional da ANS. Apesar do caráter microrregulatório da atuação da agência, a regulação assistencial contribuiu para a promoção da atenção integral aos beneficiários de planos de saúde e para a indução de melhores práticas assistenciais pelas operadoras e seus prestadores de serviços. Porém, persistem pressões do empresariado para a flexibilização da regulação assistencial.
El artículo analiza la actuación de la Agencia Nacional de Salud Suplementaria (ANS, por sus siglas en portugués) en la regulación asistencial del sector entre el 2000 y el 2018. Por medio del análisis documental, se caracterizaron las principales iniciativas de esta dimensión regulatoria en los cinco mandatos de la dirección de la agencia durante el período. Además, el estudio explora las normas legales e infralegales relacionadas con el tema y las principales acciones de la ANS para garantizar la cobertura y la cualificación de la asistencia ofrecida por los operadores y prestadores de servicios. Estas normativas se organizaron en tres ejes de regulación asistencial: relación de procedimientos y eventos en salud y cobertura asistencial; segmentación asistencial; e iniciativas de promoción de la salud, prevención de enfermedades y cualificación de la asistencia. Se observa que las medidas de regulación asistencial implementadas siguieron una tendencia de continuidad, a pesar de la variación en las orientaciones políticas y trayectorias profesionales de sus directores presidentes o configuración de la dirección colegiada. Esto puede atribuirse a factores como la profesionalización de la regulación y el establecimiento del marco institucional de la ANS. A pesar del carácter microrregulador de la actuación de la agencia, la regulación asistencial contribuyó a la promoción de la atención integral a los beneficiarios de planes de salud y a la inducción de mejores prácticas asistenciales por parte de los operadores y sus prestadores de servicios. Sin embargo, persisten presiones del empresariado para flexibilizar la regulación asistencial.
This article analyzes the performance of the Brazilian National Regulatory for Private Health Insurance and Plans Agency (ANS, acronym in Portuguese) in the regulation of care in the sector from 2000 to 2018. After documentary analysis, the main initiatives of the regulatory dimension were characterized in the five terms of the agency’s board of directors in the period. Furthermore, the study explores the legal and infra-legal norms related to the theme and the ANS main actions to guarantee coverage and qualification of the assistance offered by operators and service providers. These regulations were organized into three axes of care regulation: list of procedures and events in healthcare and care coverage; care segmentation; and Initiatives for health promotion, disease prevention, and qualification of care. We observed that the measures of care regulation implemented followed a continuity trend, despite the variation in political orientations and professional trajectories of their CEOs or the configuration of the collegiate board. This can be attributed to factors such as the professionalization of the regulation and the establishment of ANS institutional framework. Despite the micro-regulatory nature of the agency’s performance, care regulation contributed to the promotion of comprehensive care for health plan beneficiaries and to the induction of better care practices by operators and their service providers. However, companies stakeholders still pressure public managers, aiming at making care regulation more flexible.