OBJETIVO: Descrever os achados ao ecocardiograma transesofágico e evolução clínica de portadores de flail mitral valve. MÉTODOS: No período de janeiro/93 a março/97, 1675 pacientes foram submetidos, em nossa instituição, a ecocardiograma transesofágico, sendo que em 35 casos foi feito o diagnóstico de flail mitral valve e, posteriormente, obtida sua evolução clínica. RESULTADOS: A idade dos pacientes variou 12 a 87 anos (média 65±15) e 27 (77%) eram do sexo masculino. O folheto posterior foi o mais acometido (25 pacientes, 71%). O mecanismo do flail foi ruptura de cordoalha tendínea em todos os casos, exceto um, que apresentava importante alongamento e redundância de cordoalha. A etiologia foi prolapso e/ou degeneração mixomatosa em 15 pacientes, degenerativa em 9, isquêmica em 5, reumática em 4 e endocardite em 3. Regurgitação mitral de grau importante ocorreu em 25 (71%) pacientes e moderada em 10 (29%). O tempo médio de acompanhamento foi de 375±395 dias (1 a 1380). Foram submetidos a tratamento clínico 19 pacientes e a tratamento cirúrgico 16, sendo que em todos foi confirmado o diagnóstico transesofágico. O número total de óbitos (hospitalar e pós-hospitalar) foi alto (34%), tanto em pacientes submetidos a tratamento clínico quanto cirúrgico. Entre os sobreviventes, 17 estão em classe funcional (CF) I e 6 em CF II da NYHA. CONCLUSÃO: O diagnóstico de flail mitral valve ao ecocardiograma transesofágico é acurado, permitindo a definição de sua etiologia e mecanismo. A alta mortalidade à época do diagnóstico, provavelmente, se relaciona à gravidade da doença subjacente. Embora os pacientes não operados estejam evoluindo bem, a baixa CF observada nestes pacientes pode ser atribuída ao curto período de seguimento.
PURPOSE: To describe transesophageal echocardiographic findings in patients presenting with flail mitral valve and to obtain their clinical follow-up. METHODS: From January/93 to March/97, 1675 patients were submitted to transesophageal echocardiogram at our institution; 35 of them were diagnosed as having flail mitral valve and their clinical follow-up was obtained. RESULTS: Thirty-five patients with the diagnosis of flail mitral valve were studied. Mean age was 65±15 years (12-87) and 27 (77%) were male. The posterior leaflet was involved in 25 (71%) patients. Ruptured chordae tendineae was present in all but one patient in whom flail mitral valve was due to a very elongated and redundant chordae. The etiology was prolapse and/or mixomatous degeneration in 16 patients, degenerative in 10, ischemic in 5, rheumatic in 4 and endocarditis in 3. Mitral regurgitation was severe in 25 (71%) patients and moderate in 10 (29%). The mean follow-up was 375±395 days (1 to 1380). Nineteen patients were followed clinically and 16 were submitted to surgery (transesophageal echocardiogram findings were confirmed in all 16). Overall mortality was high (34%). Among the survivors, 17 are in NYHA class I and 6 in class II. CONCLUSION: The diagnosis of flail mitral valve by transesophageal echocardiography is accurate, allowing for the definition of its mechanism and etiology, as well as the evaluation of hemodynamic compromise. The observed high mortality at the time of diagnosis may be related to the severity of the disease causing the flail mitral valve. Although non-operated survivors are doing well, the observed low functional class in these patients may be related to the short period of follow-up.