RESUMO A citologia uterina consiste em método prático e eficiente para o diagnóstico de afecções uterinas na égua, contribuindo para a conduta terapêutica e o prognóstico quanto à fertilidade das fêmeas. Assim, o objetivo deste trabalho foi comparar diferentes técnicas de coleta de material para citologia uterina em éguas, a fim de se verificarem possíveis diferenças qualitativas e quantitativas e a praticidade na execução das metodologias. Para tanto, 12 éguas multíparas foram submetidas ao exame citológico uterino, durante o estro e o diestro, por meio de escova ginecológica e lavado uterino de baixo volume. Com esse ensaio, observou-se que não houve diferença significativa (P>0,05) no resultado da citologia uterina entre as diferentes técnicas avaliadas. No entanto, quando comparadas as fases do ciclo estral, houve uma diferença significativa (P<0,05) quanto ao percentual médio de polimorfonucleares neutrófilos, sendo de 8,07±2,80 no estro e de 1,55±0,28 no diestro. Conclui-se, desse modo, que as técnicas estudadas apresentaram resultados igualmente eficazes para detecção de neutrófilos ao exame citológico do útero em ambas as fases avaliadas do ciclo estral, apesar de, na fase de estro, a detecção de maior percentual de neutrófilos possibilitar um diagnóstico e um prognóstico mais precoces de endometrite e, portanto, uma conduta terapêutica mais adequada.
ABSTRACT The endometrial cytology consists in an efficient and practical method for the diagnosis of uterine disorders in mares, contributing for therapeutic conduct and prognostic evaluation regarding the females’ fertility. Therefore, the aim of this study was to compare different techniques of material sampling for endometrial cytology in mares, in order to verify possible qualitative and quantitative differences in the practicality of implementation of this methodology. Twelve multiparous mares underwent an endometrial cytological exam, during estrus and diestrus, by means of a cytobrush and a low-volume uterine flush. With this test, no statistical difference was observed (P>0.05) regarding the result of endometrial cytology between the evaluated techniques. However, in comparison to the estrous cycle’s phases, a significant difference was verified (P<0.05) on the average percentage of polymorphonuclear neutrophils: 8.07±2.80 in estrus and 1.55±0.28 in diestrus. Thus, we conclude that the studied techniques presented equally effective results for the detection of neutrophils in the cytological exam for both evaluated stages of the estrous cycle, whereas in estrus phase, the detection of a higher percentage of neutrophils allows a more precocious diagnostic and prognostic of endometritis and, therefore, a more adequate therapeutic approach.