Abstract Based on a systematic literature review, the article analyzes Black political mobilizations in Brazil regarding citizenship and the right to education as a general frame to examine the school occupations that took place in 2016. We intend both to underline the relationship between the struggle for citizenship, undertaken by the Black Movement, and their conception of education and to register advances in the construction of the Brazilian school system since 1985, highlighting the introduction of politics of recognition of African, Afro-Brazilian, and Amerindian populations contributions to national history and culture and politics of reparation, such as affirmative action, designed to increase the presence of Black, indigenous, and traditional communities in Higher Education. Despite these advances, from the experiences of the student occupations, we draw the limits of citizenship and schooling during the last three decades. After the occupations, conservative forces have occupied the State. Far from representing the frailty of the movement, this indicates its immense potential for rupture. We conclude that the students managed to expose empty conceptions about the right to education and citizenship and have proven that other modes of school sociability and political participation are possible.
Resumen A partir de una revisión bibliográfica sistemática, analizamos los vínculos entre movimientos sociales negros en Brasil y el derecho a educación como contexto para investigar ocupaciones de escuelas realizadas por estudiantes de la secundaria (2015-2016). Intentamos explorar la relación entre las prácticas de lucha por ciudadanía, realizadas por movimientos negros, y su concepción de educación, así como señalar los avances en la construcción del sistema escolar brasileño desde 1985. Destacamos la introducción de políticas de reconocimiento de la contribución de poblaciones africanas, afrobrasileñas y amerindias a la historia y la cultura nacionales, así como las políticas de reparación (acciones afirmativas para poblaciones negras, indígenas y comunidades tradicionales). A pesar de estos avances, las experiencias de ocupaciones de escuelas nos enseñan acerca de los límites de la ciudadanía y escolarización producidos en las últimas tres décadas. Tras las ocupaciones, fuerzas conservadoras han llegado al centro del Estado. Lejos de representar fragilidad del movimiento, esto indica su inmenso potencial de ruptura. A modo de conclusión, tenemos que los estudiantes han logrado desenmascarar concepciones vacías sobre el derecho a educación y a ciudadanía, así como han demostrado otros modos posibles de sociabilidad escolar y participación política.
Resumo A partir de revisão sistemática de literatura, o artigo analisa as articulações entre mobilizações políticas negras no Brasil e a questão do direito à educação como contexto para examinar as ocupações de escolas, ocorridas em 2016. Intentamos sublinhar a relação entre as práticas de luta por cidadania, empreendidas pelo Movimento Negro, e certa concepção de educação e registrar avanços na construção do sistema escolar brasileiro desde 1985. É destacada a introdução de políticas de reconhecimento da contribuição das populações africana, afro-brasileira e ameríndia para a História e a cultura nacionais e políticas de reparação, como as ações afirmativas, com reserva de vagas nas Universidades para população negra, indígena e comunidades tradicionais. A despeito de tais avanços, buscamos aprender, com as experiências das ocupações estudantis, os limites da cidadania e da escolarização produzidas nas últimas três décadas. O fim das ocupações foi sucedido pelo incremento das forças conservadoras sobre a educação e a juventude, mas longe de representar a fragilidade do movimento, isso indica seu imenso potencial de ruptura. Concluímos que os estudantes conseguiram fissurar concepções vazias sobre o direito à educação e a cidadania e experimentaram outros modos de sociabilidade escolar e participação política.