Objetivo: Relatar a experiência com o "Society of Thoracic Surgeons scoring system" em uma amostra de pacientes da população brasileira submetida a cirurgia de revascularização miocárdica isolada. Métodos: Foram coletados dados de janeiro de 2010 até dezembro de 2011 e analisados para determinar o desempenho do "Society of Thoracic Surgeons scoring system" na determinação de mortalidade e morbidade pós-operatória, utilizando o método da característica de operação do receptor (ROC-curve) e tes tes Chi-quadrado e Hosmer-Lemeshow para qualidade de ajus te. Das 1083 cirurgias cardíacas realizadas durante o período de estudo, 659 foram cirurgias de revascularização miocárdica que são aqui analisadas. A idade média foi de 61,4 anos e 77% dos pacientes eram homens. Resultados: Testes de bondade de ajustamento demonstraram boa calibração tanto para mortalidade (X2=6,78, P=0,56) quanto para morbidade geral (X2=6,69, P=0,57). A análise da área sob a curva ROC (AUC) demonstrou bom desempenho para detectar o risco de morte (AUC 0,76; P<0,001), insuficiência renal (AUC 0,79; P<0,001), ventilação prolongada (AUC 0,80; P<0,001), reoperação (AUC 0,76; P<0,001) e morbidade maior (AUC 0,75; P<0.001) que representa a combinação das complicações avaliadas. O escore Society of Thoracic Surgeons não apresentou resultados comparáveis para internação de curta duração, internação hospitalar prolongada e não pôde ser adequadamente testado para acidente vascular cerebral e infecção de ferida operatória. Conclusão: O sistema de escore Society of Thoracic Surgeons apresentou boa calibração e discriminação em nossa população para a predição de mortalidade pós-operatória e para a maioria dos eventos adversos após cirurgia de revascularização miocár dica isolada. Análises de maiores amostras podem ser necessá rias para validar o método na população brasileira.
Objective: Report the experience with the Society of Thoracic Surgeons scoring system in a Brazilian population submitted to isolated coronary artery bypass graft surgery. Methods: Data were collected from January-2010 to December-2011, and analyzed to determine the performance of the Society of Thoracic Surgeons scoring system on the determination of postoperative mortality and morbidity, using the method of the receiver operating characteristic curve as well as the Hosmer-Lemeshow and the Chi-square goodness of fit tests. From the 1083 cardiac surgeries performed during the study period 659 represented coronary artery bypass graft procedures which are included in the present analysis. Mean age was 61.4 years and 77% were men. Results: Goodness of fit tests have shown good calibration indexes both for mortality (X2=6.78, P=0.56) and general morbidity (X2=6.69, P=0.57). Analysis of area under the ROC-curve (AUC) demonstrated a good performance to detect the risk of death (AUC 0.76; P<0.001), renal failure (AUC 0.79; P<0.001), prolonged ventilation (AUC 0.80; P<0.001), reoperation (AUC 0.76; P<0.001) and major morbidity (AUC 0.75; P<0.001) which represents the combination of the assessed postoperative complications. STS scoring system did not present comparable results for short term hospital stay, prolonged length of hospital stay and could not be properly tested for stroke and wound infection. Conclusion: Society of Thoracic Surgeons scoring system presented a good calibration and discrimination in our population to predict postoperative mortality and the majority of the harmful events following coronary artery bypass graft surgery. Analysis of larger samples might be needed to further validate the use of the score system in Brazilian populations.