Resumo Ao longo de milênios, o dinheiro foi demonizado por ideólogos do complexo agrário-militar, e isso sobreviveu como um aspecto da crítica socialista do capitalismo. Tornou-se um símbolo de desumanidade para muitos. Mas o dinheiro é um meio de comunicação humana como a linguagem, e os dois estão atualmente convergindo na internet.

Abstract For millennia, money has been demonized by ideologues of the agrarian-military complex, a legacy that has survived as an aspect of the socialist critique of capitalism. Money became a symbol of inhumanity for many. But money is actually a medium of human communication like language and the two are currently converging on the internet.

Como poderia ser uma antropologia da Internet? Uma tal antropologia exigiria uma combinação de introspecção, de opiniões pessoais e de história mundial para se explorar o universo do ciberespaço. Afinal, esse mundo não é um mundo auto-suficiente, nem mesmo esse é "um mundo". As pessoas carregam consigo suas circunstâncias off-line para junto do seu comportamento on-line. Constitui-se uma dialética do virtual e do real, na qual nenhuma das duas partes pode ser reduzida à outra e na qual a "realidade virtual" é a sua síntese temporária. A metafísica heideggeriana é aqui acionada para esclarecer melhor essa dialética. Antes disso, entretanto, a Internet é examinada sob a luz da história das comunicações, desde a fala e a escrita de livros até o rádio. A revolução digital de nosso tempo está marcada pela convergência da telefonia, da televisão e da computação. É a terceira etapa em uma revolução das máquinas, que começou há apenas 200 anos. O presente artigo analisa a economia política da Internet em termos das três classes originais, controlando respectivamente um aumento no ambiente (terra), dinheiro (capital) e criatividade humana (força de trabalho). O artigo finaliza com uma consideração de um grande exemplo dado por Kant, de uma antropologia futura capaz de situar a subjetividade humana em uma história mundial.

What might an anthropology of the internet look like? It require a combination of introspection, personal judgment and world history to explore the universe of cyberspace. This world is not sufficient to itself, nor is it 'the world'. People bring their offline circumstances to behaviour online. The virtual and the real constitute a dialectic in which neither can be reduced to the other and 'virtual reality' is their temporary synthesis. Heidegger's metaphysics are drawn on to illuminate this dialectic. Before this, the internet is examines in the light of the history of communications, from speech and writing to books and the radio. The digital revolution of our time is marked by the convergence of telephones, television and computing. It is the third stage in a machine revolution lasting just 200 years. The paper analyses the political economy of the internet in terms of the original three classes controlling respectively increase in the environment (land), money (capital) and human creativity (labour). It ends with a consideration of Kant's great example for a future anthropology capable of placing human subjectivity in world history.