Resumo A insegurança alimentar é fonte de estresse diário, especialmente nas mulheres. Objetivou-se investigar associação entre sofrimento mental e insegurança alimentar em gestantes. Estudo transversal com gestantes do serviço público de saúde, independentemente do trimestre ou estratificação do risco gestacional em Colombo-PR, Brasil. Modelos de regressão de Poisson foram ajustados progressivamente para variáveis de exposição. A prevalência de sofrimento mental, entre os participantes (N=513) foi de 50,1%, e esteve associada à insegurança alimentar leve (RP 1,34, IC95% 1,12; 1,61) e moderada/grave (RP 1,70, IC95% 1,33; 2,19). A variável que mais alterou a associação entre o desfecho e insegurança alimentar leve foi renda (-4,48%) e, para insegurança alimentar moderada/grave, escolaridade (-7,60%). Para insegurança alimentar leve e moderada/ grave, a maior redução ocorreu com as variáveis socioeconômicas 4,5% (RP 1,27, IC95% 1,05; 1,53) e 8,0% (RP 1,50, IC95% 1,17; 1,93), respectivamente. A associação entre insegurança alimentar e sofrimento mental foi consistente, e aumentou com o grau de insegurança alimentar, com maior redução para as variáveis socioeconômicas.
Abstract Food insecurity is a source of daily stress, especially in women. The aim was to investigate the association between mental distress and food insecurity in pregnant women. Cross-sectional study with pregnant women from the public health service, regardless risk stratification, or gestational trimester in Colombo-PR, Brazil. Poisson regression models were progressively adjusted for exposure variables. Results: Among the participating pregnant women (N=513) the prevalence of mental distress was 50.1%; associated with mild food insecurity (PR 1.34, 95%CI 1.12; 1.61) and moderate/severe food insecurity (PR 1.70, 95%CI 1.33; 2.19). The variable that most changed the association between the outcome and mild food insecurity was income (-4.48%) and, for moderate/severe food insecurity, education (-7.60%). For mild and moderate/severe food insecurity, the greatest reduction occurred with socioeconomic variables 4.5% (PR 1.27, 95%CI 1.05; 1.53) and 8.0% (PR 1.50, 95% CI 1.17; 1.93), respectively. The association between food insecurity and mental distress was consistent, and increased with the degree of food insecurity, with a greater reduction for socioeconomic variables.