Resumo O artigo analisa as percepções do estigma da hanseníase pelas mulheres que vivem no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A produção está associada às marcas individuais e à interpretação social destas, sob a forma de rótulos que identifiquem o doente. Tal marca subentende a própria visão do indivíduo acometido que, no caso estudado, está relacionada à exclusão social, à pobreza e à religiosidade. Para compreender o estigma em meio à estruturação de serviços de saúde e trabalhos de informação das equipes de saúde, foram realizadas entrevistas com mulheres, sendo todas portadoras ou ex-portadoras da doença. As dificuldades de relacionamento com os serviços, com o próprio corpo, com a família, assim como a relação da doença com aspectos místicos e religiosos, são categorias analíticas que emergiram da pesquisa. O estigma manifesto em situações isoladas, e sob a decisão do indivíduo.
Abstract This article analyzes the perceptions of the stigma of leprosy by women living in the Jequitinhonha Valley, Minas Gerais. This production is associated with the individual’s marks and their social interpretation, in the form of labels which identify the patient. Such marks imply the own vision of the affected person who, in the case studied, is related to social exclusion, poverty and religiosity. To understand this stigma among the structuring of health services and information work of the health teams, interviews were conducted with women, all of whom were carriers or former carriers of the disease. The difficulties of relationship with services, their own bodies, with their families, as well as the relationship of the disease with mystical and religious aspects are analytical categories that emerged from this research. The stigma manifested in isolated situations, and under the individual's decision.